Um espaço de reflexão e questionamento, abrangendo desde assuntos do cotidiano, passando pelas artes, até história e cultura.
- Página inicial
- Pensamento Crítico - Meus Artigos
- Pensamentos do Dia
- Viajando pela História - Artigos de minha autoria
- Álbuns de Rock Clássico - E-books de Minha autoria disponíveis no site da Amazon (amazon.com.br)
- Minhas Fotos Pessoais
- Minhas Obras de Arte Favoritas
- Arte
- Natureza
- Meu Canal no Youtube
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
CHIQUEIROS PÚBLICOS
CHIQUEIROS PÚBLICOS
Quando
eu era criança, bem pequeno, aprendi uma lição extremamente importante, que
ainda tenho em mente mesmo após tantos anos. Lugar de lixo é na lixeira!
Infelizmente, nos dias de hoje tal ensinamento parece ter sido quase que completamente esquecido. Imagino que os pais, professores e outras pessoas mais velhas não estejam transmitindo tal mensagem para as novas gerações. Talvez os jovens de hoje não se importem com sujeira exposta por toda parte. Porém, o que importa é que nossas ruas estão cada vez mais imundas, repletas de dejetos de todos os tipos.
O que mais me causa espanto é ver pessoas a bordo de seus veículos importados e blindados, de suas caminhonetes e utilitários, de suas super motos, muitos deles jogando fora latas de refrigerante ou cerveja, pontas de cigarro, papéis, embalagens de alimentos e todo tido de lixo em nossas ruas. Quem é que já não foi (ou quase foi) atingido por um petardo arremessado por tais motoristas irresponsáveis?
É inadmissível que alguém que conduza uma BMW ou Audi tenha tal atitude tão desrespeitosa! Alguém que tem dinheiro para possuir um veículo deste porte teve condições de estudar nos melhores colégios, de aprender boas maneiras, de ser devidamente socializado. Não há desculpa para tal desprezo para com o espaço público e com os bens de toda a sociedade. As ruas são de todos, assim com as praças, os parques, os monumentos, as praias, enfim, todos existem para serem usados pelo povo, que tem a obrigação de mantê-los limpos para o bem-estar da comunidade.
O fato de um indivíduo ter uma situação financeira privilegiada não significa que necessariamente será mais bem-educado ou mais respeitoso com os bens e espaços públicos. Todos nós já vimos pessoas humildes, pobres ou até mesmo mendigos, jogando lixo nas lixeiras. Nem todos que possuem contas bancárias bem recheadas tem a mesma atitude, mas deveriam ser os primeiros a respeitarem e a manterem nossas cidades limpas.
Porém, poucas coisas me causam tanto repúdio e nojo como as malditas feiras de rua. Os feirantes brasileiros atuam como verdadeiros seres predadores. Invadem um local público, interditam ruas, cobrem completamente as ruas com suas inúmeras barracas, fazem uma baderna absurda, enlouquecem os moradores vizinhos da feira com o barulho que fazem e, por fim, ao irem embora deixam um “presente” para toda a vizinhança: a rua completamente imunda, coberta de restos de alimentos e detritos.
O mais surpreendente de tudo é que a maior parte das feiras públicas tem o aval e autorização para funcionamento dado pelas prefeituras de nossas cidades, pois são fortemente influenciadas pela pressão das associações de feirantes, além dos casos em que propinas são recebidas para dar um status legal à tais chiqueiros públicos.
Quem tem a infelicidade de morar numa rua onde ocorre feiras semanais sabe exatamente do que estou falando. Não podem entrar ou sair de seus imóveis quando bem entendem, pois com as ruas interditadas, somente uma bicicleta consegue sair de uma garagem. Imagine todas as pessoas doentes, que precisam de repouso, descanso ou, até mesmo, precisam se dirigir imediatamente à um hospital em casos de emergência. Tais pessoas correm o risco de morrerem, pois uma ambulância jamais conseguirá passar por entre centenas de barracas de feiras e contornar outros tantos caminhões de frutas e verduras estacionados irregularmente nas cercanias.
Isso é mais uma faceta infeliz do cotidiano do brasileiro. Resultado de um governo absolutamente incompetente, em todas as esferas, e de um povo que não se mobiliza para exigir seus direitos. Os moradores de ruas “invadidas” tem todo o direito e a obrigação de apelarem à justiça, aos veículos de comunicação para expulsarem tais invasores de suas ruas, e lutarem pelo direito de ir e vir, de poderem entrar e sair de seus imóveis à qualquer hora, e não a terem de deixar seus veículos fora da garagem de véspera, para poderem sair de casa depois da chegada dos “invasores”.
Os lixeiros que limpam a imundície deixada pelos feirantes invasores são pagos por todos nós, cidadãos que pagamos nossos impostos. Por que devemos deixar nosso dinheiro ser usado para limpar a sujeira que pessoas irresponsáveis vem fazer bem longe de suas residências? Falta mais uma vez uma mobilização da sociedade brasileira para resolver essa e tantas outras questões que continuam ocorrendo no Brasil por causa de nosso conformismo e acomodação.
Nos calamos perante a esse e tantos outros absurdos. Portanto, damos nosso consentimento para perpetuá-los.
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
terça-feira, 27 de outubro de 2020
domingo, 25 de outubro de 2020
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
OS KAMIKAZES DO ASFALTO
OS KAMIKAZES DO ASFALTO
Eles surgem de toda parte, de lugares improváveis, inimagináveis. Num instante, você está à salvo, no outro, eles estão todos ao seu redor, deixando-o cercado, sem saída.
Não,
não me refiro a nenhum inseto ou animal predador. Trata-se da mais nova praga
urbana: os Kamikazes do asfalto.
Atualmente as maiores cidades do Brasil estão tomadas pelos motoboys, os mais novos predadores da selva urbana em que vivemos. Em lugares como São Paulo e Rio de Janeiro, é praticamente impossível sairmos pelas ruas sem nos depararmos com verdadeiros enxames deles, que se movem velozmente por entre carros e ônibus, desaparecendo tão rapidamente como surgiram.
Todo indivíduo com um mínimo de conhecimento da situação do desemprego no Brasil, sabe o quão difícil é para as pessoas menos qualificadas encontrar um emprego, por pior que ele seja.
A
queda vertiginosa na qualidade do ensino, tanto público quanto privado, aliada
à fatores como o crescimento populacional desordenado, aumento do desemprego,
elevação do custo de vida nas metrópoles e as sucessivas crises econômicas do
país criaram um terreno fértil para o surgimento desta até então desconhecida
profissão: o motoboy.
Milhares de homens e mulheres encontraram nela uma forma de conseguirem o seu sustento, assim como o de seus familiares. No entanto, a forma com que isso ocorreu é que ocasionou o surgimento de um enorme problema social.
A grande maioria destes indivíduos tem baixíssimo nível educacional e se encontram em situação desesperadora, sendo capazes de tudo para tentar sobreviver. Até mesmo arriscando suas próprias vidas e a de todos ao seu redor.
Ao se tornarem motoboys, encontram uma forma para ganharem algum dinheiro. Porém, devido ao baixo valor de sua remuneração, decidem trabalhar o máximo que podem, a fim de aumentar sua renda mensal.
Tal busca desenfreada é geradora de grandes tragédias. A grande maioria dos motoboys não possui carteira de habilitação para condução de motos, nunca fez nenhum curso de preparação para conduzi-las e, o pior de tudo, não respeita qualquer lei de trânsito existente, as violando sistematicamente a cada dia.
Diariamente, dezenas de pessoas morrem em todo o país devido aos acidentes envolvendo motoboys. Muitas pessoas são atropeladas por eles, ao atravessarem as ruas de nossas cidades, pois a grande maioria dos motoboys desrespeita e ignora os semáforos vermelhos, assim como praticamente todas as leis de trânsito vigentes.
Também não respeitam as faixas de pedestres, avançando em cima dos pedestres que ousam atravessá-las em sua frente.
Arrancam espelhos retrovisores dos veículos parados, pelo simples fato de ali estarem e, segundo a lógica insana dos motoboys, estarem bloqueando a passagem de seus bólidos por entre minúsculas frestas entre as fileiras de automóveis.
Pobre dos que ousam reclamar dos vândalos sobre duas rodas. Na melhor das hipóteses, são agredidos verbalmente ou até mesmo fisicamente por estes indivíduos. Muitas vezes, motoristas tem seus veículos chutados, arranhados e danificados por enxames de motoboys ensandecidos, sem que a polícia faça qualquer coisa para puni-los e proteger os cidadãos inocentes que estão dentro de seus carros, respeitando as leis de trânsito.
Tal conflito diário gera inúmeras vítimas fatais, tanto motoboys quanto transeuntes e motoristas de carros. Todos lembram da morte trágica de Marcelo Frommer, guitarrista do grupo Titãs, que foi atropelado por um motoboy que, covardemente, o deixou caído no chão, sem prestar qualquer tipo de socorro e o abandonou estirado, caído, até a morte. O que mudou desde então? Infelizmente, nada.
Me pergunto o porquê de os motoboys usarem capacetes. Me parece tão absurdo quanto os Kamikazes japoneses, que partiam para suas missões suicidas com capacetes em suas cabeças. Se todos já sabiam que iriam morrer em suas missões, pois eles mesmos cometiam o suicídio em nome de sua nação e de seu imperador, por que usar capacetes?
Isto
se aplica aos Kamikazes urbanos também. Porque usar capacete, visto que agem
como suicidas, conduzindo suas motos acima da velocidade permitida, avançando sobre
semáforos vermelhos, acelerando suas motos pelas calçadas, andando pela contramão,
fazendo ultrapassagens perigosíssimas. Qual é a finalidade do capacete nestas
situações? Quem é suicida não precisa de tal acessório.
Lamento que as autoridades brasileiras se omitam completamente em tais situações e deixem os cidadãos totalmente abandonados à mercê de incontáveis infratores que ignoram todas as leis de trânsito e que são responsáveis por milhares de mortes e acidentes que ocorrem todos os anos no Brasil.
Portanto, caro leitor(a), muito cuidado ao sair pelas ruas de sua cidade, pois ninguém sabe onde ou quando ocorrerá o próximo ataque dos Kamikazes do asfalto. Muita atenção, pois nunca se sabe quem será a próxima vítima...
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
terça-feira, 20 de outubro de 2020
VICTOR VASARELY - AMOR
A obra acima, criada pelo genial artista húngaro
Victor Vasarely, além de ser profundamente impactante e bela, pode ser
interpretada de inúmeras maneiras.
Originalmente, o título da obra é “Amour”, em francês. No entanto, há vários tipos de amor que podemos ver representados na obra em questão. Primeiramente, podemos ver um amor maternal, de mãe para filho, na qual a mãe abraça de forma muito acolhedora seu filho, o protegendo dos perigos do mundo e lhe dando todo seu amor maternal.
Há também a possibilidade de considerarmos a obra como sendo a representação de um casal, não ficando nem mesmo claro se seriam pessoas de sexos opostos ou não. O par de figuras demonstra carinho e atenção com o outro.
Poderíamos também considerar a obra como sendo uma representação da tão desejada harmonia racial, entre brancos e negros. Aqui, há um profundo entendimento, respeito e cuidado com o seu irmão ou irmã de uma outra origem racial.
Para finalizar, poderíamos até mesmo ir mais longe e
encararmos a obra como uma representação do clássico símbolo do Yin & Yang,
tão populares no oriente. É perceptível que ambas figuras se complementam. Sem
uma não existe a outra, exatamente o que é expresso no conceito do Yin &
Yang, pois não há dia sem a noite, e vice-versa.
E você, amigo ou amiga leitora, qual interpretação dá à obra aparentemente tão simples, mas tão magistral e rica em significados?
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
AS BRUMAS OURO-PRETANAS
O Meio Ambiente e as brumas ouro-pretanas
O ano de 2020 tem sido
peculiar, difícil, desafiador para todos. Tem sido um ano de muitos
acontecimentos. Ansiedade, dor, insegurança e medo à flor da pele. As
dificuldades, antes de ganharem as nossas casas, tomaram conta do cenário
político, econômico, cultural. Poucos países e poucos setores da economia se
safaram desta onda de instabilidade chamada “2020”. Tem sido também em 2020 que
soubemos que muitos não acreditam na Ciência, nas pesquisas acadêmicas, nos
esforços dos intelectuais e cientistas. Será esse o começo do nosso fim? Ou a
salvação está nas cavernas neandertais?
No entanto, minha opinião
é que a questão ambiental é, de longe, a que mais se destaca em 2020, e não é
pelos melhores motivos...
A começar, a Pandemia do
Covid-19 que tem parado o mundo, literalmente, é fruto de um desequilíbrio entre
costumes humanos e a natureza. Pouco foi noticiado e consequentemente refletido
sobre isso. A maioria dos especialistas se dedicaram (e eu entendo) em explicar
a doença de maneira clínica. Era o que de fato interessa aos expectadores.
Cidadãos e, especialmente, aos empresários. Sobre a origem da Pandemia e do
vírus, foi resumida às especulações e às teorias da conspiração. Portanto, como
poderemos evitar que isso volte a acontecer, num futuro (talvez próximo), com
um outro vírus qualquer?
Outro triste destaque para
o Meio Ambiente teve o Brasil como protagonista: o aumento dos desmatamentos e
das queimadas nem nossos mais importantes biomas o Pantanal e a Amazônico. O
que isso tem a ver com a Pandemia do Covid-19? Nada. Mas pode ter a ver com
futuras pandemias, uma vez que, ainda desconhecemos a maior parte dos vírus e
bactérias nessas regiões. E, pode ser que, conheçamos de um jeito negativo/
reativo.
As consequências no
Brasil, desse desmonte ambiental (que também escala para a esfera regulatória),
estão gravados nas mais elevadas temperaturas experimentadas no mês de setembro
de 2020, na má qualidade do ar, no dia que virou noite na cidade de São Paulo
por causa da fumaça vinda da Amazônia, nas chuvas torrenciais e irregulares, na
estiagem prolongada... cada região do país vivencia essas consequências de um
modo.
Amazônia, Pantanal,
Chapada dos Veadeiros, Chapada Diamantina, até chegar no Parque Estadual do
Itacolomi, em Ouro Preto. Esse é um dos caminhos percorridos pelas chamas. As consequências ambientais das queimadas e
desmatamentos, e como tudo isso vai interferir na nossa qualidade de vida, já
sabemos ou ao menos imaginamos. Mas e as consequências turísticas?
Bom existem algumas...
Existem as consequências óbvias, especialmente para as Chapadas, que são as
próprias atrações turísticas. Os turistas vão para admirar e estar em contato
com a natureza. Se a natureza não mais existe, os turistas não vão. Ponto. Segue-se uma quebradeira de pousadas, hotéis,
restaurantes, bares, funcionários do parque etc.
Mas este atual ataque ao
Meio Ambiente esconde outras consequências ao turismo. Alguns fenômenos
naturais, característicos de algumas cidades ou regiões, que viraram atrações
turísticas podem simplesmente desaparecerem. As brumas, por exemplo, que não
existem só no lugar imaginário de “Avalon”. Brumas são um tipo de nevoeiro que
ocorre em regiões de elevada altitude, cercadas por montanhas vegetadas. É como
se fosse um “caldeirão da bruxa” gigante. No estado de São Paulo, vemos (ainda)
esse fenômeno em Paranapiacaba.
E as brumas ouro-pretanas?
Ah as brumas ouro-pretanas! Elas dão um charme a mais à cidade que já é linda!
Cria um cenário misterioso, pitoresco, bucólico. À medida que vai dançando
pelas ladeiras, as brumas escondem alguns casarões, revelam outros, e seguem num
balé cheio de frescor anuviado de fim de tarde. As pedras das ladeiras cintilam
em um dia de bruma, como reflexo das luzes da cidade e da lua. Escurece mais
cedo em um dia de bruma. É quase um convite da natureza ao recolhimento, à
introspecção.
Estes pequenos espetáculos
que despertam tanto, e tantas memórias em nós, podem estar ameaçados pelos
impactos ao meio ambiente, decorrentes (ou acelerados) pelas ações humanas.
Quero continuar apreciando a grandiosidade delicada de cada um deles: as brumas
ouro-pretanas, os lagos azuis turquesa da Chapada dos Veadeiros, as rochas que
parecem que foram esculpidas da Chapada Diamantina, e outros tantos que ainda
vou conhecer... Por isso, agradeço a quem veio antes de mim, por preservar, e
clamo aos meus contemporâneos, para defender o que ainda temos. Avante!
Emiliana Fonseca
Brasileira
Ouro-pretana
Engenheira Ambiental
Mestre em Energias Renováveis
2020
bruma
bru·ma
sf
1 Designação genérica da falta de claridade na atmosfera,
causada por partículas carregadas pelo ar (poluição, poeira) ou por névoa fina,
que comprometem a transparência atmosférica ou anulam totalmente a
visibilidade; nevoeiro, neblina, névoa seca.
2 Cerração, especialmente no mar.
3 FIG Aquilo que impede a clareza de visão e/ou de entendimento:
As brumas do ódio e da embriaguez deixaram-no cego a quaisquer apelos.
4 FIG Falta de clareza; incerteza, obscuridade, vagueza.
5 FIG Coisa antiga, que se perde no tempo; enigma, mistério,
sombra: Vive mergulhado nas brumas do passado.
ETIMOLOGIA
lat bruma.
[Dicionário Michaelis]
GENESIS - A TRICK OF THE TAIL
ÁLBUNS CLÁSSICOS DO ROCK – VOLUME 6
GENESIS – A TRICK OF THE TAIL
FICHA TÉCNICA
ANO
DE LANÇAMENTO |
1976 |
PRODUZIDO
POR |
DAVID
HENTSCHEL |
MÚSICOS
PRINCIPAIS |
TONY
BANKS – PIANO, SINTETIZADOR, ÓRGÃO, MELLOTRON, BACKING VOCALS, VIOLÃO DE 12
CORDAS STEVE HACKETT
– GUITARRA, VIOLÃO DE 12 CORDAS MIKE
RUTHERFORD – BAIXO, PEDAIS TAURUS, VIOLÃO DE 12 CORDAS PHIL
COLLINS – BATERIA, PERCUSSÃO, VOCAL E BACKING VOCAL FAIXAS
4 E 7 – AUTORIA DE BANKS FAIXA
2 – AUTORIA DE BANKS E HACKETT FAIXAS
3 E 6 – AUTORIA DE BANKS E RUTHERFORD FAIXA
5 – AUTORIA DE BANKS E COLLINS FAIXAS
1 E 8 – AUTORIA DE BANKS, COLLINS, HACKETT E RUTHERFORD |
LISTA DE CANÇÕES DO ÁLBUM
1 |
DANCE ON A VOLCANO |
2 |
ENTANGLED |
3 |
SQUONK |
4 |
MAD
MAN MOON |
5 |
ROBBERY,
ASSAULT AND BATTERY |
6 |
RIPPLES |
7 |
A TRICK OF THE TAIL |
8 |
LOS
ENDOS |
ORIGENS DO ÁLBUM
Uma das coisas mais difíceis
que uma banda às vezes precisa fazer é encontrar um substituto à altura de um
vocalista que tenha deixado a banda. Não basta que o novo membro cante bem. É
necessário carisma, presença de palco e, acima de tudo, a aceitação dos fãs da
banda. Caso contrário, provavelmente a banda não terá um futuro e precisará
encerrar suas atividades.
Esse é exatamente o cenário
no qual se encontrava o Genesis no final de 1975, quando seu talentoso e
carismático vocalista, Peter Gabriel, decidiu deixar a banda para iniciar sua
carreira solo. Na mente dos fãs, críticos musicais e jornalistas, Gabriel era o
líder da banda, pois ao vivo, ele realmente era o ponto focal das
apresentações, com suas máscaras, fantasias, histórias bizarras que contava à plateia
e, sobretudo, por sua grande presença de palco.
Quando foi divulgada a
notícia de que Gabriel havia deixado o Genesis, imediatamente a banda foi
considerada sem condições de prosseguir por todos, exceto por seus membros e
pelo ex-vocalista, que conhecia o talento de seus ex-companheiros musicais.
O guitarrista Steve Hackett
aproveitou o tempo livre disponível para gravar seu primeiro álbum solo, o qual
teve a participação de Mike Rutherford e Phil Collins. O próprio Rutherford
trabalhou com o ex-guitarrista do Genesis, Anthony Philips, no primeiro álbum
solo deste seu antigo amigo de escola.
Phil Collins usou seu tempo
disponível para gravar participações em estúdio para vários artistas e bandas
diferentes, criando inclusive um projeto basicamente instrumental do qual faria
parte de forma intermitente durante vários anos, a banda Brand X. Já Tony Banks
inicialmente começou a trabalhar em um álbum com versões orquestrais de canções
do Genesis. No entanto, o projeto não avançou e ele se dedicou a compor para o
próximo álbum da banda.
Os membros do Genesis não
gostaram da reação da imprensa, crítica e fãs ao presumirem que a banda estaria
morta após a saída de Gabriel. Eles sabiam que ele era um membro fundamental ao
vivo. No entanto, no estúdio, ele era apenas um dos cinco compositores. Todos
os outros integrantes compunham e tinham grande importância no processo de
criação dos álbuns da banda, particularmente Tony Banks, que sempre foi o
principal compositor do Genesis.
Michael Rutherford & Phil Collins |
Ainda sem saber como seria o
futuro, a banda chegou a cogitar a seguir em frente criando música
instrumental, ideia proposta por Phil Collins. Os outros acabaram achando que
seria muito monótono comporem apenas canções instrumentais. Desta forma,
decidiram iniciar as gravações do novo álbum, ainda sem saber quem seria o novo
vocalista, que teria a quase impossível tarefa de substituir Gabriel, tão
querido pelos fãs.
As gravações transcorreram
de forma tranquila e rápida. A alta qualidade do novo material era
inquestionável. Os músicos tinham estavam confiantes que a banda teria um
futuro. Precisavam apenas encontrar alguém que pudesse cantar as canções novas e
as antigas ao vivo.
Colocaram um anúncio no
famoso “Melody Maker”, procurando um vocalista “estilo Genesis”, sem se
identificarem. Receberam mais de 400 fitas de candidatos à vaga. Convidaram
muitos para testes no estúdio com a banda. Nessas ocasiões, Phil Collins sempre
guiava os vocalistas nas canções antigas e no novo material, pois ele sempre
havia cantado junto com Peter Gabriel, tanto ao vivo quanto em várias faixas de
estúdio.
Steve Hackett |
Infelizmente nenhum dos
vocalistas testados agradou a banda. Quase perdendo as esperanças, os músicos
se viram em um momento de grande dificuldade, sem saber como deveriam
prosseguir.
Steve Hackett havia recebido
uma sugestão de Jon Anderson, lendário vocalista do Yes, que o novo vocalista
do Genesis já estava na banda: Phil Collins. Segundo Anderson, ele era a
escolha óbvia. Além disso, a namorada de Collins na época também lhe disse que
ele deveria se candidatar à posição, pois seria algo muito natural para a
banda.
Com muita hesitação, Collins
foi convencido a se oferecer para fazer um teste no estúdio, cantando as
canções antigas sozinho e o material novo, particularmente “Squonk”, uma das
mais pesadas do novo trabalho do Genesis. Os outros membros da banda pensavam
que Collins seria o vocalista apenas nas faixas mais calmas e românticas, mas
que precisariam de um outro membro para encarar as faixas mais pesadas do
repertório da banda.
Surpreendentemente, Collins
se saiu incrivelmente bem cantando tanto o material antigo quanto o novo, para
a enorme alegria e alívio da banda. A decisão foi tomada de que ele seria o
novo vocalista do Genesis, pelo menos em estúdio. Ao vivo seria uma outra
questão a ser definida, pois Collins insistia em querer continuar tocando
bateria no estúdio e ao vivo. Preferia tocar seu instrumento a assumir a
posição de vocalista. Na visão dele, seria melhor que a banda contratasse um
novo vocalista, para que ele pudesse continuar tocando bateria. Ele não
conseguia se imaginar sendo o vocalista e, acima de tudo, ter um outro músico
tocando suas partes de bateria ao vivo, o que ele considerava um verdadeiro
sacrilégio.
Com o passar das semanas,
Collins foi aceitando a ideia de que poderia tentar fazer o papel de vocalista
durante a tour promocional do novo álbum, mas que o Genesis ainda deveria
procurar um vocalista definitivo.
Durante as sessões de
gravação de um álbum da banda “Brand X”, um projeto paralelo de Collins, ele se
encontrou com Bill Bruford, famoso ex-baterista do Yes e King Crimson. Bruford
o perguntou se já haviam encontrado um novo vocalista. Collins disse que ele
seria o vocalista no álbum, mas que ainda não tinha certeza se cantaria pois,
para isso, precisaria encontrar um baterista que ele admirasse e confiasse,
para que ele tivesse a certeza de que suas partes estariam sendo bem tocadas
enquanto ele estivesse cantando. Bruford, que era muito amigo de Collins e
muito respeitado por esse se ofereceu para tocar bateria ao vivo na tour
promocional do novo álbum. Collins ficou surpreso com o oferecimento, e aceitou
a proposta de seu amigo. O problema havia sido solucionado. Collins cantaria ao
vivo e Bill Bruford o substituiria na bateria ao vivo, ainda que Collins
pudesse tocar com ele durantes as longas passagens instrumentais do repertório
do Genesis.
Bill Bruford |
Agora o Genesis estava
pronto para iniciar uma nova fase em sua carreira, com um novo vocalista: Phil
Collins.
ANÁLISE DO ÁLBUM - FAIXA A
FAIXA
Dance on a Volcano
Essa foi a primeira faixa
composta pela banda após a saída de Peter Gabriel. Desde o início podemos
sentir que é uma banda que está disposta e ressurgir das cinzas, que não se
deixou abater e tem energia e talento para prosseguir. Podemos ouvir músicos
confiantes e que há um futuro para o Genesis pós Gabriel.
Inicialmente Steve Hackett
não participou da composição da música, pois estava dando os toques finais em
seu primeiro álbum solo. Alguns dias depois se juntou à banda e deu a sua
contribuição à canção que abria o álbum do Genesis, o sétimo de sua carreira.
Da esquerda para a direita: Michael Rutherford, Phil Collins, Tony Banks e Steve Hackett |
É uma faixa majestosa, com
todas as melodias clássicas da banda, bastante complexa, além de ser muito
poderosa ao vivo. Realmente uma canção de primeira qualidade para abrir o trabalho mais recente do Genesis e apresentar
ao mundo o novo vocalista da banda.
A letra faz um relato de um
aventureiro que tenta escalar um vulcão, lutando para não cair e morrer pelo
caminho como tantos outros antes dele. Por fim, o protagonista consegue chegar
até a cratera onde vê a lava borbulhando dentro do vulcão.
Entangled
Desde o início das gravações
a banda já havia decidido que Phil Collins cantaria duas canções no álbum:
Entangled e Ripples, pois elas eram perfeitas para sua voz suave e delicada,
remetendo à For Absent Friends e More Fool Me, que ele havia cantado solo em
álbuns anteriores.
Essa é uma das canções mais
lindas que eu já ouvi em toda a minha vida, um amor à primeira audição. O
próprio Tony Banks declarou que é sua faixa favorita no álbum.
A faixa é conduzida
basicamente por 3 violões de 12 cordas, tocados magistralmente por Hackett,
Rutherford e Banks. Collins faz uma linda interpretação da letra que trata de
hipnose e o mundo dos sonhos.
O arranjo de teclado de
Banks é magnífico, complementando perfeitamente as harmonias e melodias criadas
por Hackett e Rutherford. Há até mesmo um som de teclado simulando uma voz
soprano feminina. No final da canção, Banks usa o Mellotron para criar um som
digno de um órgão de catedral medieval. Ao ouvirmos a canção, podemos nos
imaginar sentados em um banco de uma antiga catedral ouvindo um coral de anjos
cantando.
Realmente “Entangled” é uma
daquelas faixas únicas, mágicas, que encantam o ouvinte desde a primeira
audição, nos transportando imediatamente ao mundo dos sonhos. Uma obra prima.
Squonk
Um das principais canções do
álbum. Essa foi a faixa que decidiu o futuro do Genesis. Phil Collins se
ofereceu para tentar cantá-la no estúdio, pois era considerada uma das mais
pesadas e difíceis. Os outros membros da banda tinham dúvidas se o baterista conseguiria
cantar uma canção que não fosse uma balada, pois não tinha uma voz compatível
com canções mais pesadas ou agressivas como seu antecessor, Peter Gabriel. No
entanto, para a surpresa geral, a interpretação de Collins foi bem recebida e é
isso que ouvimos no álbum. Uma banda renascendo.
Tony Bank e Mike Rutherford
tiveram a ideia de compor a canção após ouvirem “Kashmir”, do Led Zeppelin, com
a qual ficaram encantados. Decidiram que tentariam compor algo inspirado no
clássico zeppeliniano, com uma batida forte e pesada na bateria. Collins sempre
fora um grande admirador de John Bonham, o incrível baterista do Led Zeppelin.
Tentou fazer algo inspirado no estilo do seu colega, mas mantendo sua própria
personalidade.
Michael Rutherford |
Ao vivo sempre foi uma
canção muito bem recebida. Chegou a ser usada na abertura dos shows da tour de
1977, que inclusive trouxe o Genesis para sua única visita ao Brasil, com
vários shows que ocorreram no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A
bateria de Collins juntamente com os pedais de baixo de Rutherford faziam
qualquer arena tremer e deixar os fãs enlouquecidos.
Como a saída de Peter
Gabriel do Genesis foi amigável, ele manteve amizade e contato frequente com
seus ex-colegas de banda, chegando até mesmo a visitá-los no estúdio quando
haviam terminado a gravação de “A Trick of the Tail”. O próprio Gabriel
declarou que não tinha nenhuma dúvida que a banda teria muito sucesso após sua
saída e que gostara muito do trabalho que eles haviam feito sem sua
participação. Afirmou que ele tinha mais confiança no talento da banda do que
os seus próprios amigos que haviam permanecido no grupo. Segundo ele, o motivo
para tal é que o Genesis sempre havia sido uma banda de compositores e ele
tinha certeza de que grandes canções continuariam a ser compostas.
O mais curioso de tudo é que
exatamente nessa faixa, quando Collins canta “You better watch out, you better
watch out!”, podemos jurar que é a voz de Gabriel que ouvimos, pois ela é
completamente diferente da voz de Collins. Será que Gabriel fez uma pequena
participação não divulgada no trabalho do Genesis, apenas como uma brincadeira
ou a convite de seus amigos? Nunca saberemos a resposta, mas eu sugiro que
ouçam tal trecho com atenção e tirem suas próprias conclusões.
A letra da canção conta a
lenda de um animal do folclore indígena da região norte de Pensilvânia, nos
EUA, onde existiria um animal chamado “Squonk” que era incrivelmente feio e, ao
ser capturado por caçadores, ele começava a chorar e derretia, deixando apenas
uma poça de lágrimas nas sacas de seus captores.
Mad Man Moon
Outra linda canção. Essa foi
composta totalmente por Tony Banks quando estava planejando escrever seu
primeiro álbum solo, que acabou não ocorrendo na época. É uma faixa
melancólica, com influência de música clássica. Collins faz uma interpretação
linda e tocante em cima da melodia belíssima criada por Banks.
Tony Banks |
Uma das faixas mais
introspectivas da coleção e das uma das duas únicas do álbum que nunca foram
executadas ao vivo pelo Genesis.
Na letra da canção, Banks
relata um caso de amor que não foi bem-sucedido e faz também uma alusão à
importância de se equilibrar os contrastes no mundo. O que é considerado bom ou
desejável em um local pode ser exatamente o oposto em outro.
Phil Collins declarou que
essa foi a faixa mais difícil para ele cantar no álbum, pois a melodia e o tom
da canção estavam vocalmente fora de sua zona de conforto. De qualquer forma,
ele foi bem sucedido em sua interpretação, com muita personalidade e
delicadeza.
Robbery, Assault and Battery
Uma canção agradável
composta por Tony Banks com letra de Phil Collins. Conta a história de um
ladrão que arromba residências e escritórios e, e durante um arrombamento de um
cofre ele é pego em flagrante. O criminoso atira na pessoa que o descobre e a
mata. Após cometer mais esse crime ele tenta fugir, é perseguido pela polícia,
matando um policial e conseguindo escapar da prisão.
Phil Collins |
Musicalmente não é nada
especial. Se trata de uma canção mediana para os elevados padrões do Genesis,
especialmente nesse álbum. Sem dúvida alguma a faixa mais fraca de todas da
coleção.
Ripples
Essa é mais uma canção
maravilhosa, uma das minhas favoritas. Aqui Tony Banks e Mike Rutherford
compuseram algo extraordinário. A letra é linda e a melodia mais ainda. A banda
usa com grande criatividade e beleza seus instrumentos acústicos,
particularmente os violões de 12 cordas. Phil Collins interpreta a canção de
forma sublime, com muita emoção, diretamente de seu coração. É praticamente
impossível ouvir “Ripples” e não se encantar imediatamente por ela.
Michael Rutherford |
Não há dúvida alguma que
essa é uma das canções mais belas de toda a longa carreira do Genesis, que é
repleta de faixas incríveis. Essa é uma das mais queridas pelos fãs e pela
própria banda. O tema da letra é o processo de envelhecimento, o qual nenhum de
nós consegue controlar ou parar, além da morte inevitável de todos nós. Embora
sejam temas profundos e pesados, a letra os aborda de forma extremamente
poética e delicada. Em uma passagem, a letra de Mike Rutherford diz “Essa é a
última vez que você terá a aparência que tem hoje.”, enquanto o protagonista se
olha em uma poça d’água. Em outra diz: “Anjos nunca sabem que é hora de fechar
o livro e graciosamente partirem”. As “blue girls” que são mencionadas na
canção se referem às estudantes dos colégios na Inglaterra, pois a grande
maioria delas usa uniformes azuis.
Hackett, Rutherford e Banks
usam ao máximo suas habilidades musicais, criando melodias e harmonias
incríveis, realmente contagiantes, enquanto Collins dá tudo de si na interpretação
da letra e em sua atuação sutil, porém firme na bateria. Mais uma obra prima em
um álbum repleto de canções especiais.
A Trick of the Tail
A penúltima faixa do álbum é
fortemente inspirada pelos Beatles, particularmente pelas canções de Paul
McCartney. Podemos até mesmo sermos mais precisos e dizermos que essa faixa foi
claramente influenciada pelas canções “Getting Better” do lendário álbum “Sgt. Pepper’s Lonely-Hearts Club Band” e “Your Mother
Should Know”, do album “Magical Mystery Tour”. O piano e a melodia do
vocal nos rementem imediatamente ao quarteto de Liverpool.
Tony Banks |
Tony Banks provavelmente compôs
esse tema como uma homenagem aos Beatles, do qual ele e os outros integrantes
da banda sempre foram grandes fãs. É a canção mais leve e simples do álbum,
porém, sem deixar de ser muito bela, bem composta e interpretada por todos os
músicos.
A letra conta a história de
uma criatura mitológica que tem chifres e uma longa cauda que decide deixar sua
cidade em busca de algo novo. Ao chegar ao mundo dos homens é preso e exibido
como um troféu, por ser um animal bizarro que sabe falar. Um dia, o animal
consegue escapar e convence algumas pessoas a irem com ele de volta ao seu lar.
Ao chegar lá, o animal desaparece e deixa os humanos para trás, perdidos.
Los Endos
A canção final deste
verdadeiro álbum clássico é uma das melhores faixas instrumentais de toda a
carreira do Genesis. Aqui, a banda se solta e toca tudo que sabe. A atuação de
Phil Collins na bateria e de Mike Rutherford no baixo são particularmente brilhantes.
Ao ouvirmos “Los Endos” podemos ter a clara certeza de que todos os integrantes
da banda são virtuosos, verdadeiros mestres em seus instrumentos.
Hackett criou o tema
principal da canção, que é acompanhado por Banks nos teclados. Enquanto isso, a
cozinha de Collins e Rutherford literalmente “quebra tudo”. O tema foi também
composto por Collins, que queria inserir uma faixa instrumental no álbum,
inspirada no seu trabalho paralelo com a banda “Brand X”, que improvisava muito
e tinha um estilo bastante livre de tocar.
Steve Hackett |
Durante a faixa, são
repassados temas do álbum, como “Dance on a Volcano” e “Squonk”, em outros tons
e com andamentos diferentes. Serve como uma espécie de apanhado dos melhores
momentos do álbum. No final da canção, Collins canta duas linhas da letra de
“Supper’s Ready”, o clássico do Genesis do álbum “Foxtrot”, de autoria de Peter
Gabriel, como uma homenagem dele e da banda ao querido amigo que havia deixado
o grupo.
Sem dúvida alguma, um final
épico para um álbum extraordinário, que conseguiu provar que o Genesis poderia
existir após a saída de Gabriel e que Phil Collins era um excelente vocalista,
além de exímio baterista.
Phil Collins |
A “Trick of the Tail” marcou
o início de uma nova fase da banda, na qual foram muito felizes e conseguiram
aumentar cada vez mais o seu público e reconhecimento por sua obra.
O LEGADO DE “A TRICK OF THE
TAIL”
Quando foi lançado, “A Trick
of the Tail” foi recebido calorosamente pelos fãs e até mesmo pela crítica,
surpresa pela banda ter criado um trabalho de ótima qualidade, mesmo após a
saída de Peter Gabriel. O sucesso foi tanto que as vendagens do álbum superaram
as de todos os outros anteriores, se tornando o mais vendido do Genesis até
então. A repercussão tão positiva do mais recente trabalho deu um novo fôlego e
esperança à banda, que teve a certeza de que poderia prosseguir em sua
carreira, agora com Phil Collins nos vocais.
Collins afirmou que não
tinha preocupações quanto à questão de cantar ao vivo. O que o deixava mais
angustiado era o que ele iria dizer à plateia entre as canções, já que seu
antecessor era famoso por criar e contar histórias bizarras que entretiam a audiência
enquanto os outros músicos afinavam e regulavam seus respectivos instrumentos.
No final das contas, Collins adotou uma abordagem mais humorística e acessiva
do que Gabriel, que era mais misterioso e enigmático. O sucesso e a aceitação
das plateias foi imediato, pois ele já era um membro da banda, que agora havia
sido trocado de função, embora ainda continuasse tocando bateria no estúdio e
ao vivo, quando não estava cantando.
Os shows do Genesis também
se tornaram mais dinâmicos pois ambos Steve Hackett e Mike Rutherford passaram
a tocar de pé, pois até então sempre se apresentavam sentados, o que deixava os
show um pouco mais monótonos, pois apenas Peter Gabriel se movimentava
anteriormente. Agora, na frente do palco havia três músicos se movimentando e
interagindo mais com as plateias.
O baterista Bill Bruford, ex
Yes e King Crimson, fez um ótimo trabalho na tour promocional do álbum, fazendo
jus às gravações originais nas quais Collins tocara bateria. Um grande momento
do show passou a ser o dueto de bateria entre Bruford e Collins, que acabou
sendo mantido mesmo após a substituição de Bruford pelo baterista Chester
Thompson a partir da tour do álbum seguinte, “Wind and Wuthering”. Ainda
relacionado ao Yes, Chris Squire, famoso baixista da banda, declarou que “A Trick
of the Tail” era seu álbum favorito do Genesis.
Uma curiosidade interessante
é que Mick Jagger assistiu a um dos shows da tour em Londres e ficou
positivamente impressionado, declarando que em dois anos o Genesis seria uma
das maiores bandas do mundo, o que acabou se concretizando, com o lançamento do
álbum “And Then There Were Three” em 1978, após a saída do guitarrista Steve
Hackett. Esse álbum incluía o primeiro megassucesso internacional do Genesis,
“Follow You Follow Me”, que definitivamente colocou o Genesis merecidamente no
panteão das maiores bandas de rock da história.
O futuro seria muito
próspero para o Genesis e para seus membros, pois vários deles também
desenvolveram uma excelente carreira solo, como Peter Gabriel, Phil Collins,
Steve Hackett e Mike Rutherford. Isso só evidencia ainda mais a quantidade de
grandes talentos que o Genesis sempre abrigou.
Se você não conhece essa
obra prima desta lendária banda, não deixe de conferi-la, pois descobrirá um
trabalho inesquecível e que lhe acompanhará pelo resto de sua vida.
Você gostou da matéria?
Então entre em contato com o autor através do e-mail:
pensarnaoeproibidoainda@gmail.com
Quer ajudar o autor da
coluna a mantê-la ativa, sempre com novas resenhas e análises detalhadas de
outros álbuns clássicos? Que tal então comprar os produtos relacionados ao artista
analisado diretamente no site da Amazon do Brasil? Usando os links fornecidos
abaixo para suas compras você estará dando sua contribuição diretamente. Muito
obrigado por seu apoio!
BIBLIOGRAFIA
Genesis – Chapter &
Verse, por Tony Banks, Phil Collins, Peter Gabriel, Steve Hackett e Mike
Rutherford
A Genesis in My Bed, por Steve Hackett
Not Dead Yet – The Memoir, por Phil Collins
The Living Years, por Mike Rutherford
The Songs of Genesis – A Complete Guide to the Studio
Recordings, por Steve Aldous
Genesis – I Know What I Like, por Armando Gallo
My Book of Genesis – Richard MacPhail
Without Frontiers – The Life and Music of Peter
Gabriel, por Daryl Easlea
Wikipedia
https://www.genesis-news.com/c-Genesis-A-Trick-Of-The-Tail-CD-review-s350.html
LINKS PARA O YOUTUBE
https://www.youtube.com/watch?v=eqCJ955DCg0
https://www.youtube.com/watch?v=eMNO3gjOVHM
https://www.youtube.com/watch?v=_Ou_Q2k9sp4
https://www.youtube.com/watch?v=IQ_U4XkAarE
https://www.youtube.com/watch?v=07fOCNiml6o
https://www.youtube.com/watch?v=ModOTE5ma2M
https://www.youtube.com/watch?v=MWxaidVIjXk