ÁLBUNS CLÁSSICOS DO ROCK – VOLUME 6
GENESIS – A TRICK OF THE TAIL
FICHA TÉCNICA
ANO
DE LANÇAMENTO |
1976 |
PRODUZIDO
POR |
DAVID
HENTSCHEL |
MÚSICOS
PRINCIPAIS |
TONY
BANKS – PIANO, SINTETIZADOR, ÓRGÃO, MELLOTRON, BACKING VOCALS, VIOLÃO DE 12
CORDAS STEVE HACKETT
– GUITARRA, VIOLÃO DE 12 CORDAS MIKE
RUTHERFORD – BAIXO, PEDAIS TAURUS, VIOLÃO DE 12 CORDAS PHIL
COLLINS – BATERIA, PERCUSSÃO, VOCAL E BACKING VOCAL FAIXAS
4 E 7 – AUTORIA DE BANKS FAIXA
2 – AUTORIA DE BANKS E HACKETT FAIXAS
3 E 6 – AUTORIA DE BANKS E RUTHERFORD FAIXA
5 – AUTORIA DE BANKS E COLLINS FAIXAS
1 E 8 – AUTORIA DE BANKS, COLLINS, HACKETT E RUTHERFORD |
LISTA DE CANÇÕES DO ÁLBUM
1 |
DANCE ON A VOLCANO |
2 |
ENTANGLED |
3 |
SQUONK |
4 |
MAD
MAN MOON |
5 |
ROBBERY,
ASSAULT AND BATTERY |
6 |
RIPPLES |
7 |
A TRICK OF THE TAIL |
8 |
LOS
ENDOS |
ORIGENS DO ÁLBUM
Uma das coisas mais difíceis
que uma banda às vezes precisa fazer é encontrar um substituto à altura de um
vocalista que tenha deixado a banda. Não basta que o novo membro cante bem. É
necessário carisma, presença de palco e, acima de tudo, a aceitação dos fãs da
banda. Caso contrário, provavelmente a banda não terá um futuro e precisará
encerrar suas atividades.
Esse é exatamente o cenário
no qual se encontrava o Genesis no final de 1975, quando seu talentoso e
carismático vocalista, Peter Gabriel, decidiu deixar a banda para iniciar sua
carreira solo. Na mente dos fãs, críticos musicais e jornalistas, Gabriel era o
líder da banda, pois ao vivo, ele realmente era o ponto focal das
apresentações, com suas máscaras, fantasias, histórias bizarras que contava à plateia
e, sobretudo, por sua grande presença de palco.
Quando foi divulgada a
notícia de que Gabriel havia deixado o Genesis, imediatamente a banda foi
considerada sem condições de prosseguir por todos, exceto por seus membros e
pelo ex-vocalista, que conhecia o talento de seus ex-companheiros musicais.
O guitarrista Steve Hackett
aproveitou o tempo livre disponível para gravar seu primeiro álbum solo, o qual
teve a participação de Mike Rutherford e Phil Collins. O próprio Rutherford
trabalhou com o ex-guitarrista do Genesis, Anthony Philips, no primeiro álbum
solo deste seu antigo amigo de escola.
Phil Collins usou seu tempo
disponível para gravar participações em estúdio para vários artistas e bandas
diferentes, criando inclusive um projeto basicamente instrumental do qual faria
parte de forma intermitente durante vários anos, a banda Brand X. Já Tony Banks
inicialmente começou a trabalhar em um álbum com versões orquestrais de canções
do Genesis. No entanto, o projeto não avançou e ele se dedicou a compor para o
próximo álbum da banda.
Os membros do Genesis não
gostaram da reação da imprensa, crítica e fãs ao presumirem que a banda estaria
morta após a saída de Gabriel. Eles sabiam que ele era um membro fundamental ao
vivo. No entanto, no estúdio, ele era apenas um dos cinco compositores. Todos
os outros integrantes compunham e tinham grande importância no processo de
criação dos álbuns da banda, particularmente Tony Banks, que sempre foi o
principal compositor do Genesis.
Michael Rutherford & Phil Collins |
Ainda sem saber como seria o
futuro, a banda chegou a cogitar a seguir em frente criando música
instrumental, ideia proposta por Phil Collins. Os outros acabaram achando que
seria muito monótono comporem apenas canções instrumentais. Desta forma,
decidiram iniciar as gravações do novo álbum, ainda sem saber quem seria o novo
vocalista, que teria a quase impossível tarefa de substituir Gabriel, tão
querido pelos fãs.
As gravações transcorreram
de forma tranquila e rápida. A alta qualidade do novo material era
inquestionável. Os músicos tinham estavam confiantes que a banda teria um
futuro. Precisavam apenas encontrar alguém que pudesse cantar as canções novas e
as antigas ao vivo.
Colocaram um anúncio no
famoso “Melody Maker”, procurando um vocalista “estilo Genesis”, sem se
identificarem. Receberam mais de 400 fitas de candidatos à vaga. Convidaram
muitos para testes no estúdio com a banda. Nessas ocasiões, Phil Collins sempre
guiava os vocalistas nas canções antigas e no novo material, pois ele sempre
havia cantado junto com Peter Gabriel, tanto ao vivo quanto em várias faixas de
estúdio.
Steve Hackett |
Infelizmente nenhum dos
vocalistas testados agradou a banda. Quase perdendo as esperanças, os músicos
se viram em um momento de grande dificuldade, sem saber como deveriam
prosseguir.
Steve Hackett havia recebido
uma sugestão de Jon Anderson, lendário vocalista do Yes, que o novo vocalista
do Genesis já estava na banda: Phil Collins. Segundo Anderson, ele era a
escolha óbvia. Além disso, a namorada de Collins na época também lhe disse que
ele deveria se candidatar à posição, pois seria algo muito natural para a
banda.
Com muita hesitação, Collins
foi convencido a se oferecer para fazer um teste no estúdio, cantando as
canções antigas sozinho e o material novo, particularmente “Squonk”, uma das
mais pesadas do novo trabalho do Genesis. Os outros membros da banda pensavam
que Collins seria o vocalista apenas nas faixas mais calmas e românticas, mas
que precisariam de um outro membro para encarar as faixas mais pesadas do
repertório da banda.
Surpreendentemente, Collins
se saiu incrivelmente bem cantando tanto o material antigo quanto o novo, para
a enorme alegria e alívio da banda. A decisão foi tomada de que ele seria o
novo vocalista do Genesis, pelo menos em estúdio. Ao vivo seria uma outra
questão a ser definida, pois Collins insistia em querer continuar tocando
bateria no estúdio e ao vivo. Preferia tocar seu instrumento a assumir a
posição de vocalista. Na visão dele, seria melhor que a banda contratasse um
novo vocalista, para que ele pudesse continuar tocando bateria. Ele não
conseguia se imaginar sendo o vocalista e, acima de tudo, ter um outro músico
tocando suas partes de bateria ao vivo, o que ele considerava um verdadeiro
sacrilégio.
Com o passar das semanas,
Collins foi aceitando a ideia de que poderia tentar fazer o papel de vocalista
durante a tour promocional do novo álbum, mas que o Genesis ainda deveria
procurar um vocalista definitivo.
Durante as sessões de
gravação de um álbum da banda “Brand X”, um projeto paralelo de Collins, ele se
encontrou com Bill Bruford, famoso ex-baterista do Yes e King Crimson. Bruford
o perguntou se já haviam encontrado um novo vocalista. Collins disse que ele
seria o vocalista no álbum, mas que ainda não tinha certeza se cantaria pois,
para isso, precisaria encontrar um baterista que ele admirasse e confiasse,
para que ele tivesse a certeza de que suas partes estariam sendo bem tocadas
enquanto ele estivesse cantando. Bruford, que era muito amigo de Collins e
muito respeitado por esse se ofereceu para tocar bateria ao vivo na tour
promocional do novo álbum. Collins ficou surpreso com o oferecimento, e aceitou
a proposta de seu amigo. O problema havia sido solucionado. Collins cantaria ao
vivo e Bill Bruford o substituiria na bateria ao vivo, ainda que Collins
pudesse tocar com ele durantes as longas passagens instrumentais do repertório
do Genesis.
Bill Bruford |
Agora o Genesis estava
pronto para iniciar uma nova fase em sua carreira, com um novo vocalista: Phil
Collins.
ANÁLISE DO ÁLBUM - FAIXA A
FAIXA
Dance on a Volcano
Essa foi a primeira faixa
composta pela banda após a saída de Peter Gabriel. Desde o início podemos
sentir que é uma banda que está disposta e ressurgir das cinzas, que não se
deixou abater e tem energia e talento para prosseguir. Podemos ouvir músicos
confiantes e que há um futuro para o Genesis pós Gabriel.
Inicialmente Steve Hackett
não participou da composição da música, pois estava dando os toques finais em
seu primeiro álbum solo. Alguns dias depois se juntou à banda e deu a sua
contribuição à canção que abria o álbum do Genesis, o sétimo de sua carreira.
Da esquerda para a direita: Michael Rutherford, Phil Collins, Tony Banks e Steve Hackett |
É uma faixa majestosa, com
todas as melodias clássicas da banda, bastante complexa, além de ser muito
poderosa ao vivo. Realmente uma canção de primeira qualidade para abrir o trabalho mais recente do Genesis e apresentar
ao mundo o novo vocalista da banda.
A letra faz um relato de um
aventureiro que tenta escalar um vulcão, lutando para não cair e morrer pelo
caminho como tantos outros antes dele. Por fim, o protagonista consegue chegar
até a cratera onde vê a lava borbulhando dentro do vulcão.
Entangled
Desde o início das gravações
a banda já havia decidido que Phil Collins cantaria duas canções no álbum:
Entangled e Ripples, pois elas eram perfeitas para sua voz suave e delicada,
remetendo à For Absent Friends e More Fool Me, que ele havia cantado solo em
álbuns anteriores.
Essa é uma das canções mais
lindas que eu já ouvi em toda a minha vida, um amor à primeira audição. O
próprio Tony Banks declarou que é sua faixa favorita no álbum.
A faixa é conduzida
basicamente por 3 violões de 12 cordas, tocados magistralmente por Hackett,
Rutherford e Banks. Collins faz uma linda interpretação da letra que trata de
hipnose e o mundo dos sonhos.
O arranjo de teclado de
Banks é magnífico, complementando perfeitamente as harmonias e melodias criadas
por Hackett e Rutherford. Há até mesmo um som de teclado simulando uma voz
soprano feminina. No final da canção, Banks usa o Mellotron para criar um som
digno de um órgão de catedral medieval. Ao ouvirmos a canção, podemos nos
imaginar sentados em um banco de uma antiga catedral ouvindo um coral de anjos
cantando.
Realmente “Entangled” é uma
daquelas faixas únicas, mágicas, que encantam o ouvinte desde a primeira
audição, nos transportando imediatamente ao mundo dos sonhos. Uma obra prima.
Squonk
Um das principais canções do
álbum. Essa foi a faixa que decidiu o futuro do Genesis. Phil Collins se
ofereceu para tentar cantá-la no estúdio, pois era considerada uma das mais
pesadas e difíceis. Os outros membros da banda tinham dúvidas se o baterista conseguiria
cantar uma canção que não fosse uma balada, pois não tinha uma voz compatível
com canções mais pesadas ou agressivas como seu antecessor, Peter Gabriel. No
entanto, para a surpresa geral, a interpretação de Collins foi bem recebida e é
isso que ouvimos no álbum. Uma banda renascendo.
Tony Bank e Mike Rutherford
tiveram a ideia de compor a canção após ouvirem “Kashmir”, do Led Zeppelin, com
a qual ficaram encantados. Decidiram que tentariam compor algo inspirado no
clássico zeppeliniano, com uma batida forte e pesada na bateria. Collins sempre
fora um grande admirador de John Bonham, o incrível baterista do Led Zeppelin.
Tentou fazer algo inspirado no estilo do seu colega, mas mantendo sua própria
personalidade.
Michael Rutherford |
Ao vivo sempre foi uma
canção muito bem recebida. Chegou a ser usada na abertura dos shows da tour de
1977, que inclusive trouxe o Genesis para sua única visita ao Brasil, com
vários shows que ocorreram no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A
bateria de Collins juntamente com os pedais de baixo de Rutherford faziam
qualquer arena tremer e deixar os fãs enlouquecidos.
Como a saída de Peter
Gabriel do Genesis foi amigável, ele manteve amizade e contato frequente com
seus ex-colegas de banda, chegando até mesmo a visitá-los no estúdio quando
haviam terminado a gravação de “A Trick of the Tail”. O próprio Gabriel
declarou que não tinha nenhuma dúvida que a banda teria muito sucesso após sua
saída e que gostara muito do trabalho que eles haviam feito sem sua
participação. Afirmou que ele tinha mais confiança no talento da banda do que
os seus próprios amigos que haviam permanecido no grupo. Segundo ele, o motivo
para tal é que o Genesis sempre havia sido uma banda de compositores e ele
tinha certeza de que grandes canções continuariam a ser compostas.
O mais curioso de tudo é que
exatamente nessa faixa, quando Collins canta “You better watch out, you better
watch out!”, podemos jurar que é a voz de Gabriel que ouvimos, pois ela é
completamente diferente da voz de Collins. Será que Gabriel fez uma pequena
participação não divulgada no trabalho do Genesis, apenas como uma brincadeira
ou a convite de seus amigos? Nunca saberemos a resposta, mas eu sugiro que
ouçam tal trecho com atenção e tirem suas próprias conclusões.
A letra da canção conta a
lenda de um animal do folclore indígena da região norte de Pensilvânia, nos
EUA, onde existiria um animal chamado “Squonk” que era incrivelmente feio e, ao
ser capturado por caçadores, ele começava a chorar e derretia, deixando apenas
uma poça de lágrimas nas sacas de seus captores.
Mad Man Moon
Outra linda canção. Essa foi
composta totalmente por Tony Banks quando estava planejando escrever seu
primeiro álbum solo, que acabou não ocorrendo na época. É uma faixa
melancólica, com influência de música clássica. Collins faz uma interpretação
linda e tocante em cima da melodia belíssima criada por Banks.
Tony Banks |
Uma das faixas mais
introspectivas da coleção e das uma das duas únicas do álbum que nunca foram
executadas ao vivo pelo Genesis.
Na letra da canção, Banks
relata um caso de amor que não foi bem-sucedido e faz também uma alusão à
importância de se equilibrar os contrastes no mundo. O que é considerado bom ou
desejável em um local pode ser exatamente o oposto em outro.
Phil Collins declarou que
essa foi a faixa mais difícil para ele cantar no álbum, pois a melodia e o tom
da canção estavam vocalmente fora de sua zona de conforto. De qualquer forma,
ele foi bem sucedido em sua interpretação, com muita personalidade e
delicadeza.
Robbery, Assault and Battery
Uma canção agradável
composta por Tony Banks com letra de Phil Collins. Conta a história de um
ladrão que arromba residências e escritórios e, e durante um arrombamento de um
cofre ele é pego em flagrante. O criminoso atira na pessoa que o descobre e a
mata. Após cometer mais esse crime ele tenta fugir, é perseguido pela polícia,
matando um policial e conseguindo escapar da prisão.
Phil Collins |
Musicalmente não é nada
especial. Se trata de uma canção mediana para os elevados padrões do Genesis,
especialmente nesse álbum. Sem dúvida alguma a faixa mais fraca de todas da
coleção.
Ripples
Essa é mais uma canção
maravilhosa, uma das minhas favoritas. Aqui Tony Banks e Mike Rutherford
compuseram algo extraordinário. A letra é linda e a melodia mais ainda. A banda
usa com grande criatividade e beleza seus instrumentos acústicos,
particularmente os violões de 12 cordas. Phil Collins interpreta a canção de
forma sublime, com muita emoção, diretamente de seu coração. É praticamente
impossível ouvir “Ripples” e não se encantar imediatamente por ela.
Michael Rutherford |
Não há dúvida alguma que
essa é uma das canções mais belas de toda a longa carreira do Genesis, que é
repleta de faixas incríveis. Essa é uma das mais queridas pelos fãs e pela
própria banda. O tema da letra é o processo de envelhecimento, o qual nenhum de
nós consegue controlar ou parar, além da morte inevitável de todos nós. Embora
sejam temas profundos e pesados, a letra os aborda de forma extremamente
poética e delicada. Em uma passagem, a letra de Mike Rutherford diz “Essa é a
última vez que você terá a aparência que tem hoje.”, enquanto o protagonista se
olha em uma poça d’água. Em outra diz: “Anjos nunca sabem que é hora de fechar
o livro e graciosamente partirem”. As “blue girls” que são mencionadas na
canção se referem às estudantes dos colégios na Inglaterra, pois a grande
maioria delas usa uniformes azuis.
Hackett, Rutherford e Banks
usam ao máximo suas habilidades musicais, criando melodias e harmonias
incríveis, realmente contagiantes, enquanto Collins dá tudo de si na interpretação
da letra e em sua atuação sutil, porém firme na bateria. Mais uma obra prima em
um álbum repleto de canções especiais.
A Trick of the Tail
A penúltima faixa do álbum é
fortemente inspirada pelos Beatles, particularmente pelas canções de Paul
McCartney. Podemos até mesmo sermos mais precisos e dizermos que essa faixa foi
claramente influenciada pelas canções “Getting Better” do lendário álbum “Sgt. Pepper’s Lonely-Hearts Club Band” e “Your Mother
Should Know”, do album “Magical Mystery Tour”. O piano e a melodia do
vocal nos rementem imediatamente ao quarteto de Liverpool.
Tony Banks |
Tony Banks provavelmente compôs
esse tema como uma homenagem aos Beatles, do qual ele e os outros integrantes
da banda sempre foram grandes fãs. É a canção mais leve e simples do álbum,
porém, sem deixar de ser muito bela, bem composta e interpretada por todos os
músicos.
A letra conta a história de
uma criatura mitológica que tem chifres e uma longa cauda que decide deixar sua
cidade em busca de algo novo. Ao chegar ao mundo dos homens é preso e exibido
como um troféu, por ser um animal bizarro que sabe falar. Um dia, o animal
consegue escapar e convence algumas pessoas a irem com ele de volta ao seu lar.
Ao chegar lá, o animal desaparece e deixa os humanos para trás, perdidos.
Los Endos
A canção final deste
verdadeiro álbum clássico é uma das melhores faixas instrumentais de toda a
carreira do Genesis. Aqui, a banda se solta e toca tudo que sabe. A atuação de
Phil Collins na bateria e de Mike Rutherford no baixo são particularmente brilhantes.
Ao ouvirmos “Los Endos” podemos ter a clara certeza de que todos os integrantes
da banda são virtuosos, verdadeiros mestres em seus instrumentos.
Hackett criou o tema
principal da canção, que é acompanhado por Banks nos teclados. Enquanto isso, a
cozinha de Collins e Rutherford literalmente “quebra tudo”. O tema foi também
composto por Collins, que queria inserir uma faixa instrumental no álbum,
inspirada no seu trabalho paralelo com a banda “Brand X”, que improvisava muito
e tinha um estilo bastante livre de tocar.
Steve Hackett |
Durante a faixa, são
repassados temas do álbum, como “Dance on a Volcano” e “Squonk”, em outros tons
e com andamentos diferentes. Serve como uma espécie de apanhado dos melhores
momentos do álbum. No final da canção, Collins canta duas linhas da letra de
“Supper’s Ready”, o clássico do Genesis do álbum “Foxtrot”, de autoria de Peter
Gabriel, como uma homenagem dele e da banda ao querido amigo que havia deixado
o grupo.
Sem dúvida alguma, um final
épico para um álbum extraordinário, que conseguiu provar que o Genesis poderia
existir após a saída de Gabriel e que Phil Collins era um excelente vocalista,
além de exímio baterista.
Phil Collins |
A “Trick of the Tail” marcou
o início de uma nova fase da banda, na qual foram muito felizes e conseguiram
aumentar cada vez mais o seu público e reconhecimento por sua obra.
O LEGADO DE “A TRICK OF THE
TAIL”
Quando foi lançado, “A Trick
of the Tail” foi recebido calorosamente pelos fãs e até mesmo pela crítica,
surpresa pela banda ter criado um trabalho de ótima qualidade, mesmo após a
saída de Peter Gabriel. O sucesso foi tanto que as vendagens do álbum superaram
as de todos os outros anteriores, se tornando o mais vendido do Genesis até
então. A repercussão tão positiva do mais recente trabalho deu um novo fôlego e
esperança à banda, que teve a certeza de que poderia prosseguir em sua
carreira, agora com Phil Collins nos vocais.
Collins afirmou que não
tinha preocupações quanto à questão de cantar ao vivo. O que o deixava mais
angustiado era o que ele iria dizer à plateia entre as canções, já que seu
antecessor era famoso por criar e contar histórias bizarras que entretiam a audiência
enquanto os outros músicos afinavam e regulavam seus respectivos instrumentos.
No final das contas, Collins adotou uma abordagem mais humorística e acessiva
do que Gabriel, que era mais misterioso e enigmático. O sucesso e a aceitação
das plateias foi imediato, pois ele já era um membro da banda, que agora havia
sido trocado de função, embora ainda continuasse tocando bateria no estúdio e
ao vivo, quando não estava cantando.
Os shows do Genesis também
se tornaram mais dinâmicos pois ambos Steve Hackett e Mike Rutherford passaram
a tocar de pé, pois até então sempre se apresentavam sentados, o que deixava os
show um pouco mais monótonos, pois apenas Peter Gabriel se movimentava
anteriormente. Agora, na frente do palco havia três músicos se movimentando e
interagindo mais com as plateias.
O baterista Bill Bruford, ex
Yes e King Crimson, fez um ótimo trabalho na tour promocional do álbum, fazendo
jus às gravações originais nas quais Collins tocara bateria. Um grande momento
do show passou a ser o dueto de bateria entre Bruford e Collins, que acabou
sendo mantido mesmo após a substituição de Bruford pelo baterista Chester
Thompson a partir da tour do álbum seguinte, “Wind and Wuthering”. Ainda
relacionado ao Yes, Chris Squire, famoso baixista da banda, declarou que “A Trick
of the Tail” era seu álbum favorito do Genesis.
Uma curiosidade interessante
é que Mick Jagger assistiu a um dos shows da tour em Londres e ficou
positivamente impressionado, declarando que em dois anos o Genesis seria uma
das maiores bandas do mundo, o que acabou se concretizando, com o lançamento do
álbum “And Then There Were Three” em 1978, após a saída do guitarrista Steve
Hackett. Esse álbum incluía o primeiro megassucesso internacional do Genesis,
“Follow You Follow Me”, que definitivamente colocou o Genesis merecidamente no
panteão das maiores bandas de rock da história.
O futuro seria muito
próspero para o Genesis e para seus membros, pois vários deles também
desenvolveram uma excelente carreira solo, como Peter Gabriel, Phil Collins,
Steve Hackett e Mike Rutherford. Isso só evidencia ainda mais a quantidade de
grandes talentos que o Genesis sempre abrigou.
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BIBLIOGRAFIA
Genesis – Chapter &
Verse, por Tony Banks, Phil Collins, Peter Gabriel, Steve Hackett e Mike
Rutherford
A Genesis in My Bed, por Steve Hackett
Not Dead Yet – The Memoir, por Phil Collins
The Living Years, por Mike Rutherford
The Songs of Genesis – A Complete Guide to the Studio
Recordings, por Steve Aldous
Genesis – I Know What I Like, por Armando Gallo
My Book of Genesis – Richard MacPhail
Without Frontiers – The Life and Music of Peter
Gabriel, por Daryl Easlea
Wikipedia
https://www.genesis-news.com/c-Genesis-A-Trick-Of-The-Tail-CD-review-s350.html
LINKS PARA O YOUTUBE
https://www.youtube.com/watch?v=eqCJ955DCg0
https://www.youtube.com/watch?v=eMNO3gjOVHM
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https://www.youtube.com/watch?v=IQ_U4XkAarE
https://www.youtube.com/watch?v=07fOCNiml6o
https://www.youtube.com/watch?v=ModOTE5ma2M
https://www.youtube.com/watch?v=MWxaidVIjXk
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