Boa noite, pessoal! É com prazer que lhes informo que acabou de ser lançado meu mais recente título, da série "Desvendando Álbuns Clássicos do Rock". Dessa vez escrevi sobre o Black Sabbath. Além disso, decidi que a partir de agora farei os lançamentos diretamente no site da Amazon. Espero que gostem do novo e-book! Desvendando "Paranoid" do Black Sabbath
Um espaço de reflexão e questionamento, abrangendo desde assuntos do cotidiano, passando pelas artes, até história e cultura.
- Página inicial
- Pensamento Crítico - Meus Artigos
- Pensamentos do Dia
- Viajando pela História - Artigos de minha autoria
- Álbuns de Rock Clássico - E-books de Minha autoria disponíveis no site da Amazon (amazon.com.br)
- Minhas Fotos Pessoais
- Minhas Obras de Arte Favoritas
- Arte
- Natureza
- Meu Canal no Youtube
domingo, 28 de fevereiro de 2021
sábado, 27 de fevereiro de 2021
LISIEUX
LISIEUX
– LAR DE SANTA TERESINHA
Lisieux é uma pequena cidade, com uma população de
27 mil habitantes, situada no noroeste da França, mais precisamente na
Normandia.
A região é conhecida por ter belos castelos, ótimos
queijos e a famosa bebida Calvados, muito popular em toda a França. É uma região
que tem sido ocupada desde a época dos gauleses e romanos, já tendo passado por
incontáveis guerras e invasões. Toda a região foi disputada entre a Inglaterra
e França na famosa guerra dos 100 anos. Em tempos mais recentes, durante a
Segunda Guerra Mundial, grande parte da cidade foi destruída nos combates entre
as tropas aliadas, que desembarcaram nas praias da Normandia no decisivo “Dia
D”, e as forças invasores nazistas, que ocupavam toda a França durante a maior
parte do conflito.
Foto da Santa em seu leito de morte |
No entanto, a cidade de Lisieux tem sua fama
principal não pelos fatos históricos descritos acima, mas sim, por ter sido o
local de residência durante a maior parte da vida de uma santa, muito querida e
adorada por fiéis católicos em todo o mundo: Santa Teresinha.
Marie Françoise Thérèse Martin, seu nome de batismo,
nasceu na cidade de Alençon em 1873. Porém, aos quatro anos de idade, ela, seu
pai e suas irmãs se mudaram para Lisieux, após a morte prematura de sua mãe
devido à um câncer de mama. Thérèse viveu em Lisieux até o final de sua curta vida.
Atualmente, a cidade e sua habitante mais célebre estão fortemente ligados,
pois a grande maioria dos turistas que vão até a localidade o fazem devido à
famosa santa que viveu e morreu ali. Atualmente sua vida é celebrada todo dia
primeiro de outubro.
Estátua da Santa em frente ao Carmel |
Essa matéria foi elaborada para todos aqueles que,
como eu, também quiserem conhecer os lugares mais importantes em Lisieux
relativos à vida de Santa Teresinha.
Estátua da Santa na fachada da Basílica |
Primeiramente, recomendo que o passeio se inicie
pela Catedral de Saint Pierre, cuja construção em estilo gótico se iniciou no
século XII, e era assiduamente frequentada pela família Martin, da santa e seus
familiares. É um local particularmente marcante pois era um local que fazia
parte das atividades cotidianas de Thérèse e, desde então, praticamente se
manteve intacto, com pouquíssimas alterações. Ao se visitar a catedral, podemos
até imaginar a santa ajoelhada rezando, no local onde costumava orar
diariamente.
Catedral de Saint Pierre |
Dentro da catedral, na primeira capela ao lado
esquerdo podemos ver o confessionário que era usado pela santa em suas
confissões. O grande altar branco, ricamente trabalhado, foi doado pelo pai de
Thérèse, Louis Martin, como testemunho de sua fé e gratidão à Deus.
A Capela das Senhoritas é o local onde Thérèse
rezava e frequentava a missa semanalmente. Já a capela lateral do lado direito
do ambulatório é o local que a família Martin alugava para assistir as missas
aos domingos. Em uma das capelas centrais há uma figura do rosto sagrado, o
qual a santa ficava longos períodos olhando e rezando.
Família de Santa Teresinha |
Em seguida, recomendo que continuem o passeio
prosseguindo até a Basílica de Santa Teresinha, que foi construída em homenagem
à santa.
Após a canonização de Santa Teresinha em 1925, a
cidade de Lisieux se tornou um grande centro de peregrinação de fiéis
católicos, vindos à cidade para pedir as bênçãos e proteção de Santa Teresinha,
famosa por seus milagres e curas.
Entrada da Basílica |
Desta forma, o bispo de Lisieux da época, com o
apoio do então Papa Pio XI, decidiu construir uma basílica em homenagem à Santa
Teresinha, para poder acomodar o número crescente de fiéis e turistas à cidade.
A pedra fundamental da basílica foi colocada em 1929. Durante a Segunda Guerra
Mundial, cerca de 120 bombas caíram em torno da basílica, ainda em construção.
Milagrosamente, nenhuma delas atingiu o local. A cripta da basílica foi usada
como abrigo para civis durante toda a guerra.
Altar da Basílica com mosaicos |
Durante a retomada da França pelas tropas aliadas, o
Major George Warren, comandante das tropas britânicas locais deu ordens
expressas a seus comandados para preservarem a basílica, pois ela não abrigava
nenhuma tropa alemã, e sim, apenas civis franceses. Desta forma, a ainda
incompleta basílica mais uma vez foi poupada da destruição da guerra.
Interior da Basílica |
A basílica finalmente foi concluída após o fim da
guerra, se tornando imediatamente um dos pontos de maior visitação da cidade.
Suas dimensões são imensas, podendo ser vista de longe devido ao seu tamanho e
localização privilegiada, no alto de uma elevação em Lisieux. É uma construção
imponente, que tenta transmitir aos turistas e aos fiéis a importância da santa
para a cidade.
Basílica de Santa Teresinha |
Dentro da basílica, podemos ver inúmeros mosaicos de
rara beleza. Muitas estátuas e imagens de anjos, personagens celestiais que
eram muito queridos por Santa Teresinha. Há também um altar, no qual está
exposto um relicário com um pedaço do osso do braço direito da santa. Nesse
local os fiéis acendem muitas velas em agradecimento por graças alcançadas por
intermédio da santa.
Altar com relicário de Santa Teresinha |
Há também várias capelas dentro da basílica que
foram doadas por países com população expressivamente católica. Entre elas, há
uma capela doada pelo Brasil, com um altar em mármore branco, com as seguintes
inscrições: Pindorama – Terra de Santa Cruz – Brazil.
Capela doada pelo Brasil |
Por fim, podemos concluir nosso passeio por Lisieux
no local onde Thérèse passou a maior parte de sua vida: o Carmel.
Carmel |
O Carmel é o local onde Santa Teresinha morou desde
que se tornou uma irmã da ordem Carmelita. Viveu ali desde os quinze anos até a
sua morte prematura devido à tuberculose aos vinte e quatro anos.
Jardim do Carmel |
No local podemos visitar um grande centro de
exposições, com objetos pessoais da vida da santa, além de assistirmos vídeos e
lermos painéis que contam toda a trajetória da querida Santa Teresinha. Há
muitas fotos dela e de seus familiares, fazendo com que o visitante possa
entender toda sua jornada rumo à santidade. Por fim, podemos ver o local que é
o mais esperado de toda a visita: a capela com o relicário da santa, onde ela
está sepultada dentro de uma urna de mármore com uma linda estátua a
representando em seu leito de morte, com o hábito de irmã carmelita, segurando
uma rosa de ouro doada pelo papa Pio XII. Em um pequeno oratório acima do
relicário está abrigada a estátua da Virgem dos Sorrisos, que teve papel
fundamental na recuperação de Thérèse quando ela ficou severamente doente
durante a infância. A santa atribuiu à tal estátua sua milagrosa recuperação, a
qual ficava fitando em seu leito durante seu período de convalescença e para a
qual rezava incessantemente. É sem dúvida alguma um lugar muito emocionante,
até mesmo para aqueles que não são fiéis, pois a atmosfera do local é muito
intensa, com tantas pessoas do mundo todo rezando ajoelhados em frente às
relíquias de Santa Teresinha.
Relicário de Santa Teresinha |
Há um outro local de interesse para os fiéis em
Lisieux, que é a residência original da família Martin em Lisieux, chamada “Les
Buissonnets”. Infelizmente eu não tive a oportunidade de conhecê-la
simplesmente por uma questão de falta de tempo. No entanto, pelo que vi em
fotos e li em folhetos, parece ser um local muito interessante, pois nos mostra
como era a vida familiar da santa, com seus objetos pessoais e os locais que
usava no seu dia a dia para se alimentar, dormir e rezar.
Relicário e estátua da Virgem do Sorriso acima |
Se você for católico, particularmente devoto de
Santa Teresinha, não deixe de fazer esse passeio à Lisieux. Tenho certeza que
tal viagem lhe trará muita alegria e paz de espírito ao poder conhecer de perto
a história dessa santa que viveu tão pouco tempo mas que, em sua curta vida terrena,
foi capaz de espalhar tanta bondade, paz e amor para todos que a conheceram em
vida e, após a sua morte, continuam sendo abençoados por seus milagres,
especialmente dirigidos aos enfermos.
Com
agradecimentos especiais à Otávio Gabriel Briones e Thaís Aveiro.
Você gostou da matéria? Então entre em contato com o autor através do email: pensarnaoeproibidoainda@gmail.com
Quer ajudar o autor da
coluna a mantê-la ativa, sempre com novos artigos? Que tal então comprar os
produtos relacionados ao artista analisado diretamente no site da Amazon do
Brasil? Usando os links fornecidos abaixo para suas compras você estará dando sua
contribuição diretamente. Muito obrigado por seu apoio!
https://www.amazon.com.br/gp/search/ref=as_li_qf_sp_sr_tl?ie=UTF8&tag=marcoandrebri-20&keywords=santa
teresinha&index=aps&camp=1789&creative=9325&linkCode=ur2&linkId=d3f64646bd9f1f5068a7a935c19ab647
Todas
as fotos da matéria foram tiradas por Marco André Briones em agosto de 2014.
Bibliografia usada: Lisieux
– A Pilgrim’s Companion, por David Baldwin
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
BATATAIS
BATATAIS
Praça Cônego Joaquim Alves |
Qual é a conexão entre o presidente Washington Luís, o
pintor Cândido Portinari e o editor José Olympio? A cidade de Batatais.
Aparentemente sem grandes atrativos ou significância no
cenário nacional, Batatais surpreende aqueles que a visitam e estudam um pouco
sua história por ter feito parte da vida de três grandes personalidades
brasileiras, mencionadas acima.
Os registros mais antigos que temos relativos à região
onde se situa Batatais são do período entre 1594 e 1599, quando o desbravador e
bandeirante Afonso Sardinha e seu filho homônimo atingiram as margens do rio
Jeticaí, atualmente conhecido como Rio Grande, provavelmente tendo atravessado
a região de Batatais, que era habitada pelos índios caiapós.
Árvore centenária |
Afonso Sardinha e seu filho não foram os únicos
bandeirantes de renome que passaram pela região. Bartolomeu Bueno da Silva, o
famoso Anhanguera, também visitou a área onde se encontra a cidade atualmente.
Ao buscar ouro em suas expedições pelo coração do Brasil, ele seguiu trilhas indígenas
que o levaram até Vila Boa, em Goiás. Tais trilhas acabaram se tornando
conhecidas por Caminho das Goaises, e atraiu muitos forasteiros após a
descoberta de ouro em Goiás feita pelo Anhanguera.
Devido à tal descoberta, vários povoados, fazendas de gado
e pousos foram sendo estabelecidos ao
longo desse caminho, pois era do interesse da administração colonial assegurar
que tais terras permanecessem sob o domínio da coroa portuguesa. Dessa forma,
em seus primórdios, Batatais foi um ponto de parada obrigatório de
bandeirantes, tropeiros e viajantes em direção às minas de ouro de Minas
Gerais, Mato Grosso e Goiás. Posteriormente, tal caminho passou a ser conhecido
como “Caminho dos Batataes”.
Casa da Cultura |
Os campos da Paragem dos Batataes provavelmente eram
extensas plantações de batatas, feitas pelos indígenas e descobertas pelos
bandeirantes.
No entanto, a denominação Batatais surgiu pela primeira
vez em documentos legais quando da doação de uma sesmaria com tal nome em 5 de
agosto de 1728. No início do século XIX havia 15 posses de sesmarias na região,
que atualmente se chama Batatais. Em 1815 o Arraial de Batatais foi elevado à
categoria de Freguesia, através de uma ação do Príncipe Regente, D. João VI.
Centro Cultural Professor Sérgio Laurato |
A Freguesia foi se desenvolvendo economicamente com o
passar do tempo. Em um primeiro momento, sua principal atividade econômica foi
a venda de toucinho de porco. Posteriormente, uma das maiores riquezas de
Batatais se tornou o café, cuja cultura permanece até os dias de hoje.
A cidade também teve a honra de receber a visita do
imperador D. Pedro II e da imperatriz Thereza Cristina, que estiveram no local
em 25 de outubro de 1886. O motivo da visita foi a inauguração de um trecho da
Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação que levaria o café produzido
localmente até o porto de Santos.
Coreto |
Batatais também recebeu uma grande leva de imigrantes
italianos e espanhóis para trabalhar nas lavouras do café, substituindo a mão
de obra escrava principalmente nas maiores fazendas da região: Prata e Macaúbas.
Essa última era tão grande e importante que possuía até mesmo sua própria
estação ferroviária, cinema, salão de bailes, banda de música, campo de futebol
e alfaiataria.
Nesse ponto é que se interligam as histórias de
Batatais e de Washington Luís. Nascido em Macaé, no estado do Rio de Janeiro,
Washington Luís se formou em advocacia e se tornou promotor público na cidade
de Barra Mansa, no interior do estado. Como o cargo era mal remunerado e ele
não conseguia nenhuma transferência para um lugar melhor, aceitou o convite
feito por seu amigo Joaquim Celidônio dos Reis Jr para trabalhar em seus
escritório de advocacia, em Batatais, atendendo os processos que envolviam os
interesses dos ricos e importantes proprietários das fazendas de café da região.
Ao estudar as necessidades da região e solucionar vários problemas que afligiam
a localidade, acabou se elegendo vereador, posição na qual se destacou e que
acabou o levando à posição de Intendente Municipal, o que seria considerado
atualmente como o cargo de prefeito de Batatais.
Igreja Matriz de Batatais |
Após uma brilhante gestão, em que resolveu antigos
problemas de saneamento da cidade, além de muitas outras melhorias por toda a
cidade, acabou alçando o cargo de Presidente do Estado de São Paulo, o
equivalente atualmente ao cargo de governador. Esta posição de destaque, além
de sua competência e reconhecimento como ótimo gestor acabaram por levá-lo a
Presidência da República, da qual foi o último presidente da “República Velha”,
até ter sido deposto por Getúlio Vargas. Washington Luís foi também o autor da
frase que até hoje consta do brasão da cidade de São Paulo, “Non Ducor Duco”,
ou seja, “Não sou conduzido, conduzo.”
Um outro grande personagem, este nascido em Batatais, é
o político Altino Arantes, que foi deputado estadual e presidente do Estado de
São Paulo (cargo equivalente ao de governador) , além de ter sido um importante
membro da Revolução Constitucionalista de 1932 e do Instituto Histórico e
Geográfico, além de ter presidido a Academia Paulista de Letras.
Interior da Igreja Matriz |
A ligação entre Batatais e o grande pintor Cândido
Portinari se deu através da Igreja Matriz da cidade.
Embora fosse comunista e ateu, o pintor, nascido na
vizinha cidade de Brodowski, se sensibilizou quando foi convidado pelo povo de
Batatais a retratar as 14 estações da Via Sacra de Jesus, de maneira simples e
que pudesse ser compreendida pelo povo local. Ele afirmou que muitas das
pessoas que ele mais estimava eram católicas, e que isso era uma coisa
importante para elas. Desta forma, ele procuraria fazer um trabalho que lhes
agradasse.
No entanto, Portinari não agradou apenas os seus amigos
e familiares católicos, pois acabou criando um conjunto artístico
extraordinário, que acabou sendo reconhecido nacionalmente por sua beleza. A
família de José Martins de Barros pagou por sete quadros da Via Sacra de
Portinari. Os outros sete quadros foram doados pelo próprio mestre à Igreja
Matriz de Batatais, onde ele havia sido batizado.
Eu tive o privilégio de ver tal conjunto artístico
maravilhoso de Batatais na Igreja Matriz, pois esse foi o motivo original que
me levou a visitar a cidade, da qual eu levei uma ótima lembrança, não só
devido à beleza e magnitude de tal conjunto, mas também por suas belas praças e
casarões antigos preservados.
O famoso editor José Olympio nasceu em Batatais em
1902. Em 1931 conseguiu abrir sua livraria e editora, a Casa José Olympio
Livraria e Editora, em São Paulo. Nas décadas de 1940 e 1950 se tornou o maior
editor do país, publicando cerca de 2000 títulos, com 5000 edições, atingindo a
espantosa cifra de 30 milhões de livros vendidos em 1980.
Casa de José Olympio e Placa comemorativa |
Sua influência foi enorme, pois descobriu, incentivou e
publicou grandes autores como Manuel Bandeira, Rachel de Queiróz, Carlos
Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Orígenes Lessa, Lígia
Fagundes Telles, Jorge Amado, Érico Veríssimo, Euclides da Cunha e Monteiro
Lobato, entre outros mestres da literatura nacional, que acabaram se tornando
seus amigos pessoais. Não se envolvia em questões políticas, o que lhe permitiu
que editasse obras de Graciliano Ramos e Getúlio Vargas, que prendera
Graciliano Ramos durante o período do Estado Novo. Ao final de sua vida, José
Olympio ficou marcado na história do Brasil com um grande descobridor de
talentos e o pai dos editores de livros do país.
Atualmente Batatais é um dos 29 municípios paulistas
considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, principalmente
devido ao fato de sediar um grandioso conjunto de obras do grande pintor
Cândido Portinari.
Desta
forma, se você é um amante da pintura de Portinari ou uma pessoa interessada na
história dos presidentes do Brasil, como Washington Luís, Batatais é uma parada
obrigatória e que merece ser visitada.
Você gostou da matéria? Então entre em contato com o autor através do email: pensarnaoeproibidoainda@gmail.com
Todas as fotos da
matéria foram tiradas por Marco André Briones em março de 2016.
Bibliografia
usada:
Batatais
– A Cidade dos Mais Belos Jardins, de José Mauro Marinheiro Fernandes
A
Freguezia dos Batataes – J. Machado Tambellini
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
LIMA
LIMA
– CAPITAL COLONIAL HISPÂNICA NA AMÉRICA
Para
aqueles que, como eu, apreciam o turismo em países latino-americanos, uma das
capitais mais interessantes que podemos visitar é a cidade de Lima, que foi
fundada em 18 de janeiro de 1535 por Francisco Pizarro. A área foi escolhida
por Pizarro por sua proximidade ao porto de Callao e também por seu clima
ameno. Durante o período colonial, foi o centro do poder colonial espanhol na
América do Sul.
Eu
mencionarei e detalharei abaixo os lugares mais importantes e interessantes a
serem visitados nessa cidade tão especial, bela, e um dos mais importantes
centros gastronômicos do mundo.
Plaza
de Armas – Um lugar inesquecível. É o espaço público mais importante da cidade
e também o mais antigo, pois data do período pré-hispânico. A fonte central é o
único elemento que permanece do período colonial. Neste local ocorreram
touradas, execuções ordenadas pela Inquisição e também a declaração de
independência em 1821.
Catedral
– Anteriormente foi ocupado pelo templo de Puma Inti. A construção é inspirada
na catedral de Sevilha, na Espanha. Durante o forte terremoto de 1746, parte da
estrutura desabou, mas foi reconstruída posteriormente. Em uma das capelas de
encontram os restos mortais do explorador espanhol Francisco Pizarro, fundador
da cidade de Lima.
Túmulo de Pizarro |
Palácio
do Arcebispo – Situado ao lado esquerdo da Catedral, tem sido a residência
oficial do Arcebispo de Lima desde os tempos coloniais. Forma um único complexo
juntamente com a Igreja do Sagrário.
Palácio
Presidencial – Originalmente, foi a residência de Pizarro, pois era um local
privilegiado, de onde se podia controlar as águas de toda a região. Atualmente
serve como residência e local de trabalho dos presidentes do Peru.
Prefeitura
de Lima – Conhecida como “El Cabildo”, de fachada amarelo queimado e com
varandas de madeira fechadas. Mais um edifício muito marcante.
Casa
do Ouvidor – Também situada na Plaza de Armas, com sua varanda externa por toda
a fachada da construção. Também possui uma coloração amarelada.
Igreja e Convento de São Francisco – construído em 1546, hoje em dia é uma das maiores atrações turísticas da cidade, sendo um importante centro cultural, religioso e artístico. O complexo religioso pode ser conhecido através de uma visita guiada. O local possui um claustro rodeado de pilares coloridos, pintados com motivos religiosos, além de uma maravilhosa biblioteca com mais de 25000 livros antigos, desde a invenção da imprensa. A visita guiada se encerra com a visita das criptas, onde estão enterrados muitos dos benfeitores da ordem Franciscana e que contribuíram para a construção do complexo. Foi o local que eu mais gostei em toda a cidade de Lima.
Igreja
de San Augustin – É uma igreja peculiar, pois não possui torres. Apenas a sua
linda e ornada fachada permanece intacta e original. Fiquei muito impressionado
pela riqueza dos detalhes da decoração da fachada da igreja. Sem dúvida, uma
construção imponente e impressionante.
Convento
de San Domingo – Uma das mais antigas construções da cidade de Lima, pois sua
construção ocorreu em 1540. Foi também o local da primeira universidade da
Universidade Nacional de San Marcos, a primeira das Américas. Destaca-se por
ser o local que abriga os restos mortais de Santa Rosa de Lima e de San Martin
de Porres. Possui um magnífico pátio no claustro, totalmente rodeado de arcos e
de pinturas murais narrando a vida de São Domingos. Há também muitos azulejos
decorativos, lindas capelas e várias fontes e jardins internos. Sem dúvida
alguma, um dos lugares mais belos e importantes da cidade.
Casa
Osambella – Uma das casas que possui uma das fachadas mais marcantes e icônicas
em toda cidade. Seu antigo proprietário e construtor, um mercador espanhol
chamado Martin de Zambella, conseguia acompanhar a movimentação dos galeões no
porto de Callao através de suas varandas de madeira, que são salientes e
situadas na frente da casa. Atualmente é ocupada por uma faculdade de medicina.
Edifício
dos Correios – Antigamente foi uma estação de trem. Atualmente abriga a Casa de
Literatura Peruana, o Arquivo Nacional e a Casa da Gastronomia Peruana. É um
local muito frequentando por jovens, pois possui várias salas de exposições de
artistas modernos, eventos culturais, além de ser também muito próxima ao
Parque da Muralha, a antiga muralha que cercava a cidade de Lima no período
colonial. Ela servia de proteção aos constantes ataques de piratas, corsários e
antigos inimigos da coroa espanhola.
Plaza
San Martín – a segunda praça mais importante da cidade, foi inaugurada para
celebrar o centenário da independência peruana. Trata-se de uma belíssima e
grandiosa praça em estilo europeu, na qual se encontra a estátua do General San
Martín, libertador do Peru do domínio espanhol.
Malecón
de Miraflores – uma longa faixa de terra paralela à costa de Miraflores, o
bairro mais bonito e turístico de Lima. É localizado à beira do Oceano Pacífico
e é muito usada pelos ciclistas, pedestres, turistas e famílias que circulam na
região. Oferece uma inesquecível vista do alto dos desfiladeiros que se situam
em frente ao oceano. Na região do Malecón se encontram um antigo farol, o
charmoso Parque Salazar e o Shopping Center Larcomar.
Parque
del Amor – Situado no passeio dos Cisneros, em Miraflores, é um lugar muito
famoso na cidade, sempre lotado de turistas e visitantes locais, especialmente
casais de namorados. Tem uma grande escultura em seu centro intitulada “O
Beijo”, no qual um casal está se beijando sentados ao chão. O parque também
possui um muro com diversas citações de poemas de autores peruanos. Muitos
casais também deixam ali cadeados com seus nomes.
Museo
del Oro de Peru – Guarda uma das coleções mais importantes de objetos de ouro
de todo o período pré-hispânico, com lindas peças de todos os tipos e tamanhos,
feitas de puro ouro e pedras preciosas. Há também várias múmias indígenas,
artefatos de uso cotidiano e um museu de armas de todo o mundo.
Artesanía
Santo Domingo – La Casona – Uma antiga residência colonial que foi transformada
em centro comercial, com inúmeras pequenas lojas de artesanato e objetos
típicos peruanos, todos muito apreciados pelos turistas, pois geralmente são de
boa qualidade e muito originais.
Gastronomia-
Não podemos deixar de mencionar a deliciosa culinária da cidade, que oferece
pratos incríveis em restaurantes muito charmosos, de todas as faixas de preços.
Dentre os incontáveis pratos locais, podemos mencionar o Lomo Saltado, o
Suspiro à La Limenha e a bizarra Inca Cola, de coloração totalmente amarela.
Se
tiver a oportunidade, não deixe de passar alguns dias nesta magnífica e
acolhedora cidade. Eu tenho certeza de que Lima lhe proporcionará a descoberta
de lugares históricos e lindos. Além disso, seguramente você passará momentos
inesquecíveis na antiga capital colonial hispânica na América, um lugar
verdadeiramente único em todo o mundo.
Bibliografia:
Lima – Colonial City –
por Roberto Gheller Doig e Enrique Flores Gonzales.
Todas as fotos da
matéria foram tiradas por Marco André Briones em setembro de 2019.