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terça-feira, 22 de dezembro de 2020
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
TEARS FOR FEARS - THE SEEDS OF LOVE
ÁLBUNS
CLÁSSICOS DO ROCK – VOLUME 8
TEARS FOR FEARS – THE SEEDS OF LOVE
FICHA TÉCNICA
ANO
DE LANÇAMENTO |
1989 |
PRODUZIDO
POR |
TEARS FOR FEARS & DAVID BASCOMBE |
MÚSICOS
PRINCIPAIS |
ROLAND
ORZABAL – VOCAL (EXCETO FAIXA 4), BACKING VOCALS, GUITARRA, TECLADOS, PROGRAMAÇÃO
FAIRLIGHT CURT SMITH – BAIXO, BACKING VOCALS, VOCAL (FAIXA 4) IAN STANLEY – TECLADOS E HAMMOND (FAIXA 3) PHIL
COLLINS – BATERIA (FAIXA 1) MANU
KATCHÉ – BATERIA (FAIXAS 1, 2 E 5) CHRIS
HUGUES – BATERIA (FAIXA 3) SIMON
PHILIPS – BATERIA (FAIXAS 4, 6, 7 E 8) LUÍS
JARDIM – PERCUSSÃO (FAIXAS 1,3,4,6,7 E 8) CAROLE
STEELE – PERCUSSÃO (FAIXAS 2 E 5) PINO
PALLADINO – BAIXO (FAIXAS 1, 2 E 5) NEIL
TAYLOR – GUITARRA (FAIXAS 1 E 7) ROBBIE
McKINTOSH – GUITARRA (FAIXAS 2 E 7) RANDY
JACOBS – GUITARRA (FAIXAS 3,4,5,6 E 8) SIMON
CLARK – TECLADOS, HAMMOND (FAIXAS 2,4,5 E 7) NICKY
HOLLAND – TECLADOS, PIANO, BACKING VOCALS (FAIXAS 2,4,6,7 E 8) RICHARD
NILES – ARRANJO ORQUESTRAL (FAIXA 3) JON
HASSEL – TRUMPETE (FAIXAS 5 E 8) PETER HOPE EVANS – GAITA (FAIXA 5) KATE SAINT JONES – SAXOFONE E OBOÉ (FAIXA 6) TESSA NILES, CAROL KENYON, MAGGIE RYDER, DOLETTE
MCDONALD E ANDY CAINE – BACKING VOCALS TODAS
DAS FAIXAS DE AUTORIA DE ROLAND ORZABAL E NICKY HOLLAND, EXCETO FAIXAS 1 E 5,
DE AUTORIA DE ROLAND ORZABAL E FAIXA 3 DE ROLAND ORZABAL E CURT SMITH |
LISTA DE CANÇÕES DO ÁLBUM
1 |
WOMAN IN CHAINS |
2 |
BADMAN’S SONG |
3 |
SOWING THE SEEDS OF LOVE |
4 |
ADVICE FOR THE YOUNG AT HEART |
5 |
STANDING ON THE CORNER OF THE THIRD WORLD |
6 |
SWORDS
AND KNIVES |
7 |
YEAR OF THE KNIFE |
8 |
FAMOUS
LAST WORDS |
ORIGENS DO ÁLBUM
No ano de 1985, o duo de
pop/rock “Tears for Fears”, formado por Roland Orzabal e Curt Smith, estava no
topo das paradas do mundo inteiro devido a enorme repercussão de seu segundo
álbum, “Songs from the Big Chair”. Duas de suas faixas, “Shout” e “Everybody
Wants to Rule the World” haviam se tornado sucessos mundiais, sendo que a
última acabou informalmente se tornando o hino do gigantesco festival “Live
Aid”, organizado por Bob Geldof no mesmo ano.
Curt Smith e Roland Orzabal |
A vasta popularidade da
dupla os levou a fazerem uma longa tour mundial, na qual passaram muito tempo
na estrada, viajando de cidade para cidade, país a país, sempre tocando um repertório
fixo, com os mesmos músicos. Havia uma forte procura por shows, entrevistas,
sessões de foto e todas as outras demandas comuns aos artistas em grande
evidência do momento.
Embora financeiramente e
profissionalmente estivessem aproveitando o sucesso que haviam alcançado,
artisticamente, Orzabal e Smith se encontravam insatisfeitos, como prisioneiros
de uma fórmula musical muito rígida, baseada em instrumentos eletrônicos,
baterias programadas, sequencers, backing vocals e vários outros elementos que
não davam nenhuma margem para o improviso ou criatividade da dupla. Ambos se
sentiam dentro de uma “camisa de força musical”. Pelo fato de terem iniciado
seus trabalhos no início dos anos 1980, quando a música eletrônica e programada
possuía um forte apelo popular, esse naturalmente havia sido o caminho trilhado
pelo duo em seus dois primeiros álbuns, “The Hurting” e “Songs from the Big
Chair”. Faltava alma, coração e sentimento na música do “Tears for Fears”,
segundo Orzabal e Smith.
A semente do terceiro álbum
da dupla foi lançada quando, em meio à tour promocional de seu segundo álbum,
eles se apresentaram em Kansas City, nos EUA. Ao voltarem para o hotel no qual
estavam hospedados, o Hyatt Regency Hotel, Orzabal e Smith decidiram ir ao bar
do hotel para beberem algo juntos e relaxarem após a apresentação daquela
noite. Chegando lá presenciaram um show que mudaria suas vidas. Viram uma
cantora e pianista negra americana, chamada Oleta Adams, se apresentar
juntamente com apenas um baixista e um baterista. Segundo Orzabal, a música e a
voz de Oleta Adams tinham muito mais energia do que qualquer composição já
escrita por eles. Smith afirmou que a música deles na época não possuía alma,
enquanto a de Oleta foi capaz de fazer Orzabal chorar de emoção. Smith e
Orzabal ficaram extremamente tocados pelo talento e carisma da cantora e
pianista. Não quiseram abordá-la na ocasião, mas nunca mais esqueceram seu
nome.
Descobriram ali, naquele
exato momento, que aquele seria o novo caminho que deveriam trilhar: deixar de
lado os instrumentos eletrônicos, programações, baterias eletrônicas, e
tentarem capturar a essência espiritual da música, com muito sentimento,
interação entre os músicos, improvisos e uma maior participação de instrumentos
acústicos. Estava lançada a “Semente do Amor” (The Seeds of Love, em inglês, título
daquele que seria o terceiro álbum da dupla).
Ao iniciarem as sessões de
gravação do terceiro álbum, a dupla rompeu totalmente com o padrão anterior que
haviam usado em seus dois primeiros álbuns. Como tinham obtido um enorme
sucesso com o trabalho anterior, a gravadora deles havia lhes dado carta branca
para fazerem o que quisessem no próximo trabalho. Literalmente foram informados
que poderiam levar todo o tempo necessário para gravá-lo, gastar todo o
dinheiro que precisassem e que, no final das contas, lhes entregassem o “álbum
perfeito”. Uma tarefa nem um pouco fácil e que gerou uma enorme pressão sobre
os artistas, a fim de se superarem comercialmente e artisticamente.
As sessões de gravação de
“The Seeds of Love” se iniciaram em 1986 com os produtores Clive Langer e Alan
Winstanley. No entanto, Orzabal e Smith não ficaram satisfeitos com os
resultados obtidos e descartaram as gravações feitas até então. Chamaram Chris
Hughes e Ian Stanley, que haviam respectivamente produzido e tocado teclados nos
dois álbuns anteriores da banda para ajudá-los. Infelizmente, mais uma vez os
problemas surgiram, pois Hughes e Stanley estavam habituados a um sistema de
trabalho mais rígido, baseado em instrumentos eletrônicos. Orzabal havia
cansado de compor e tocar música usando instrumentos eletrônicos e estava
buscando um direcionamento musical mais orgânico, com músicos de verdade
gravando juntos ao vivo no estúdio, improvisando, errando, descobrindo novos
sons baseados na interação musical de vários talentos reunidos.
As obras que haviam criado
até então eram um pouco estéreis em termos musicais. Agora, Smith e Orzabal
queriam algo mais colorido, que fosse grandioso e com muito calor humano, algo
que não se pode obter através de aparatos eletrônicos.
A dupla acabou dispensando Hughes
e Stanley, embora suas contribuições tenham permanecido no álbum que seria
lançado futuramente, e decidiram que eles mesmos produziriam o novo trabalho,
sendo auxiliados pelo engenheiro de som David Bascombe, que já havia trabalhado
com eles anteriormente. Em seguida, Orzabal e Smith entraram em contato com Oleta
Adams nos EUA e lhe convidaram a fazer parte das gravações do novo álbum com
eles. Para mostrar que eles não estavam brincando com ela, ambos voaram da
Inglaterra para os EUA para encontrá-la pessoalmente, passando quatro dias com
a cantora, cantando, tocando e trocando ideias musicais. Oleta acabou aceitando
o convite e partiu para a Inglaterra, passando um mês no estúdio gravando com o
“Tears for Fears”. Orzabal afirmou que Oleta foi o elemento chave que
desencadeou todo o andamento do novo trabalho, tendo sido a figura central
inspiradora. Embora tenha sido originalmente convidada apenas para cantar na
faixa “Woman in Chains”, Oleta acabou participando de duas outras faixas
também, “Badman’s Song” e “Standing on the Corner of the Third World”. No final
das gravações, lhe foi oferecido um contrato na mesma gravadora do “Tears for
Fears” e foi feito um convite para fazer parte da banda ao vivo na tour
promocional do novo álbum.
Roland, Oleta Adams e Curt |
As novas sessões de gravação
se iniciaram no início de 1988 e duraram até 1989. Para cada canção foram
selecionados músicos específicos que poderiam ajudar a banda a capturar a
essência desejada para cada tema. Foi reunido um grande time de músicos de
estúdio, entre eles, os renomados bateristas Simon Philips e Manu Katché, a
percussionista Carole Steele, os guitarristas Robbie McIntosh e Neil Taylor, o
baixista Pino Palladino e até mesmo o lendário Phil Collins para tocar bateria em
uma faixa do álbum. A maior parte do álbum foi registrada como longas jam
sessions entre os músicos, as quais posteriormente foram editadas e tiveram
outros instrumentos acrescentados. O que o duo buscava nas gravações não era a excelência
técnica ou perfeição, e sim, uma interpretação com alma e emoção. Os melhores
momentos foram selecionados e meticulosamente editados em estúdio. Orzabal
declarou que essas sessões foram quando o álbum realmente começou a tomar
forma, tendo sido mágicas.
As sessões para o álbum somente
foram encerradas em 1989, após quase 4 anos de trabalho e mais de 1 milhão de
libras gastos em 9 estúdios diferentes, produção e no pagamento de músicos de
estúdio. O novo trabalho tinha uma sonoridade completamente distinta da dos
anteriores, com vários elementos de soul, jazz, Beatles, além de uma paleta
musical muito mais rica e colorida, verdadeiramente cinematográfica, levando os
ouvintes a uma genuína e inesquecível viagem musical.
A consciência é o tema
central do álbum. Foram abandonados os temas relativos à terapia do Grito
Primal, do psicólogo Arthur Janov, tão presentes nos dois primeiros álbuns da
banda, que haviam se tornado mais populares após John Lennon ter seguido tal modalidade
de terapia com o próprio Janov, o que resultou no seu brilhante álbum solo,
simplesmente intitulado “John Lennon – Plastic Ono Band”. Desta vez, Orzabal e
Smith tiveram uma enorme influência de Carl Jung e sua teoria do inconsciente
coletivo, inserindo também em suas letras várias referências aos arquétipos
planetários e simbologia astrológica, especificamente o Sol e a Lua que,
respectivamente, representam a natureza masculina e feminina. Os vários
aspectos da consciência que são abordados no álbum variam desde a dualidade
entre vida e morte, o sono, os sonhos e o despertar. O objetivo principal das
canções e letras do álbum é fazer com que o ouvinte desperte como indivíduo, a
fim de poder participar ativamente de sua própria vida
A gravadora pediu e a banda
atendeu, lhes entregando um álbum simplesmente perfeito. A obra prima da
carreira do “Tears for Fears”.
ANÁLISE DO ÁLBUM - FAIXA A
FAIXA
Woman in Chains
O álbum já se inicia com uma
das mais belas canções da carreira da banda, além de uma das mais tocantes e
emotivas. O dueto entre Roland Orzabal e Oleta Adams aqui é algo que consegue
trazer lágrimas aos olhos de quase todos que ouvem atentamente tal faixa.
Podemos sentir nitidamente a emoção expressa por ambos os cantores brilhantes,
acompanhados por um time de músicos de primeira qualidade.
Essa faixa é considerada uma
tipo de hino pró-mulheres, contra a opressão sofrida por elas em todo o mundo, e
foi inspirada por um livro que Orzabal estava lendo na época sobre as
sociedades matriarcais. Ele quis expressar como as mulheres são reprimidas em
suas vidas, tendo seus desejo esmagados e acorrentados, muitas vezes pelos
homens de sua vida e pela sociedade. Também são insinuados os temas da
violência doméstica e relacionamentos possessivos na letra da canção.
Single "Woman in Chains" |
Oleta Adams gostou de ter
gravado essa canção, que explorou uma parte do alcance vocal dela que não
costumava usar, mais agudo, pois ela sempre havia cantado usando a parte mais
grave de sua voz. Segundo ela, foi uma ótima experiência, pois ela apreciou
bastante ter cantado em dueto com Roland, pois ela pensa que a voz dele é
linda, o considerando um grande cantor. Ela também afirmou ter ficado impressionada
com o perfeccionismo de Orzabal, que fazia questão de que cada sílaba fosse
pronunciada de forma correta e clara.
Oleta Adams |
No entanto, em uma
entrevista Orzabal afirmou que um outro aspecto da canção é a negação do lado
feminino dos homens, que é sempre fortemente reprimido pela sociedade e pelos
outros homens, tais como pais, irmãos e parentes mais velhos. Disse que quando
ele canta “Então a liberte”, na realidade, ele também está cantando “Então me
liberte”, pois dentro dos homens há também um elemento feminino quase sempre
escondido ou aprisionado. No final das contas, tanto os homens quanto as mulheres
sofrem por isso. Ele afirmou que se inspirou em sua mãe inglesa para compor a
canção, pois ela havia passado por um relacionamento abusivo com o seu pai, de
origem espanhola. A menção das qualidades femininas e masculinas é enfatizada
na letra quando Orzabal menciona “o Sol e a Lua”, no final da canção.
Musicalmente, a guitarra
arpegiada de Neil Taylor embeleza a canção, com muita delicadeza e precisão. Já
o baterista Manu Katché dá o seu habitual toque percussivo na parte inicial da
canção até a entrada de Phil Collins, que toca bateria na parte mais pesada
dela, a levando para um outro patamar, mais impactante. Collins declarou que
havia conhecido Curt Smith no show em homenagem à Nelson Mandela, em Londres, e
que posteriormente foi convidado para gravar a canção em estúdio com eles. Segundo
ele, foi um trabalho bastante difícil, pois ele tinham em mente um tipo de som
específico que queriam obter da bateria dele. Foi o segundo single a ser
lançado do álbum.
Phil Collins e Tears for Fears |
Badman’s Song
A primeira canção composta para
o novo álbum, originalmente era muito diferente do que acabou se tornando
posteriormente até quando foi finalmente registrada em estúdio. Escrita em 1985
quando Orzabal ouviu dois membros da equipe do “Tears for Fears” falando mal
dele, na tour promocional do álbum “Songs from the Big Chair”, em Denver nos
EUA. Após a apresentação da banda, eles costumavam alugar um espaço no hotel
onde estavam hospedados para sua equipe poder fazer uma pequena festa,
descansar e relaxar um pouco. O quarto
no qual isso aconteceu foi o 628, que é mencionado na letra da canção e era
exatamente ao lado daquele no qual Orzabal estava hospedado. Como até as 3
horas da manhã ele ainda não havia conseguido dormir, devido ao barulho
proveniente da festa, decidiu fazer uma reclamação e pedir para todos ficarem
quietos, pois já era muito tarde. No entanto, para não reclamar indevidamente,
resolveu colocar o ouvido na parede de onde vinha o barulho para se certificar
que aquele quarto era realmente a origem do problema. Ao fazer isso, se deu
conta que o quarto era o que havia sido alugado para os membros da equipe
celebrarem o sucesso do show. Para sua surpresa, 2 membros ficaram o tempo todo
o xingando para o empresário da banda.
Roland compôs o refrão da
canção na mesma noite e o apresentou à banda no dia seguinte. Nicky Holland
teve um papel fundamental na criação desta canção e em várias outras do álbum,
se tornando a principal parceira musical de Orzabal durante o período de
composição das faixas que seriam incluídas futuramente no álbum “The Seeds of
Love”. Por ser uma brilhante pianista, ela trouxe muito conhecimento musical
para as composições da dupla, e muita confiança para Orzabal.
Roland Orzabal |
A faixa foi gravada em vários estilos diferentes, com versões inspiradas em Barry White, Little Feat e Steely Dan até que fosse decidido que a versão final seria a no estilo jazz/gospel, que acabou sendo incluída, devido à decisiva participação de Oleta Adams no piano e vocal, fazendo mais um incrível dueto com Orzabal, o segundo no álbum.
Tematicamente, a canção muda
o foco da consciência para a reflexão, notadamente nos versos em que o cantor
diz que “em minha cabeça há um espelho”. Tal objeto simboliza o processo
através do qual uma pessoa se vê através no reflexo de outros. Além disso, se
trata de um símbolo significativo na temática da cura. Há também a questão da
linha tênue entre a amizade e inimizade, além de como as pessoas que nos
criticam pelas nossas costas, ao serem confrontadas não admitem que mentiram. São
abordados também temas como culpa e remorso. Há várias imagens bíblicas, sobre
como a fé é capaz de mover montanhas e o fogo consegue saciar a alma. A ideia é
a de que a punição eventualmente levará à redenção. Sem dúvida, uma das letras
e melodias mais trabalhadas no álbum.
Smith e Orzabal foram extremamente
meticulosos na edição e processo de mixagem do álbum, consumindo 18 meses para
aperfeiçoar as faixas gravadas. Apenas nessa faixa, levaram 15 dias para editar
a bateria, magistralmente executada pelo baterista francês Manu Katché, famoso
por seu trabalho com Peter Gabriel e Sting. Além disso, há a participação marcante
do guitarrista Robbie McIntosh, que posteriormente, passou a fazer parte da
banda de Paul McCartney em sua primeira tour mundial após praticamente 10 anos
sem se apresentar ao vivo.
Sowing the Seeds of Love
A inspiração para a canção
surgiu quando Roland estava dirigindo de Bath para Londres ouvindo o rádio um
programa sobre Cecil Sharp, um historiador que havia feito uma pesquisa sobre
todas as canções tradicionais que estavam sendo esquecidas com o passar do
tempo. À medida que ele as ia descobrindo, anotava suas letras. Uma delas se
chamava “The Seeds of Love”, que ele descobrira através de um jardineiro
chamado “Mr. John England”. Ele achou isso incrível e anotou a ideia, que
acabou sendo usada como título da canção que estava compondo. Além disso, em um
mural próximo à casa de Roland em Londres existia um grafitti que dizia “I love
a sunflower”. Ele gostou do que viu e decidiu anotar a ideia também. Por
coincidência, o girassol (sunflower) era o símbolo do partido Ecológico, que tinha
tido bons resultados na mais recente eleição. Roland afirmou que não sabia
disso, mas que tudo parecia se encaixar, com uma perfeita sincronicidade.
Single "Sowing the Seeds of Love" |
Na época, Roland estava se
tornado cada vez mais insatisfeito com o governo de Margaret Thatcher e decidiu
escrever uma canção de protesto, mas que não fosse negativa nem cheia de
ressentimento. Foi assim que acabou surgindo a faixa título do novo álbum do “Tears
for Fears”. A canção foi escrita em junho de 1987, na mesma semana em que o
partido Conservador Britânico e sua líder Margaret Thatcher venceram as
eleições e conseguiram obter um terceiro mandato.
Essa foi a única canção do
álbum composta por Orzabal e Smith. A letra é um chamado para agirmos e
lutarmos contra o status quo. Chegou a hora de fazermos valer nossas opiniões e
mostrarmos nossa insatisfação. A canção também faz uma referência explícita aos
anos 1960, especialmente ao movimento “Flower Power” e ao psicodelismo da
época. A influência dos Beatles é enorme aqui, desde a capa final do álbum,
claramente inspirado em “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, até a cadência
da canção e a melodia do vocal, fortemente influenciados por “I Am the Walrus”,
do álbum “Magical Mystery Tour”. Nitidamente, Smith e Orzabal estavam passando
por uma fase influenciada pelo período psicodélico dos Beatles, entre 1966 e
1967. Os compositores não tentaram esconder suas influências, pelo contrário, as
deixavam mais do que evidentes para qualquer ouvinte notá-las.
Em termos musicais e de
letra, se trata de uma canção complexa, com várias partes distintas,
instrumentos que surgem e depois desaparecem, vocais distorcidos (que em alguns
momentos lembram Lennon, e em outros, lembram Dylan ou Bowie), harmonias, contraponto
e muitos outros elementos que fizeram dessa uma das faixas mais elaboradas e
ricas de todo o álbum. Além disso, ela foi o primeiro single lançado,
alcançando um grande sucesso mundial.
Advice for The Young at Heart
A canção mais “otimista” do álbum
aborda basicamente a questão dos medos, esperanças e incertezas dos
recém-casados. Foi o terceiro single lançado do álbum, tendo sido extremamente
bem recebida. A única canção cantada pelo baixista e vocalista Curt Smith em
todo o álbum, embora a composição seja de Orzabal e Holland, que fizeram os
backing vocals na faixa, que foi a última a ser gravada. A escolha de Smith
para cantá-la se deu pelo fato da voz dele conseguir transmitir a ingenuidade e
jovialidade que são abordadas na canção, o que foi uma decisão acertada, pois
originalmente a canção era cantada por Orzabal, que a interpretou de forma mais
austera.
Single "Advice for the Young at Heart" |
Orzabal disse que “a canção
expressa um desejo de crescer, fazendo as coisas de uma forma melhor e que elas
dêem certo, abandonando o passado. Há uma consciência de que o tempo está
passando e estamos envelhecendo, embora possamos ainda ter um espírito jovial,
e que não está envelhecendo." Aqui é abordado o passar dos anos e a
aceitação da mortalidade. Muitas pessoas não resolvem seus dilemas interiores e
passam a vida se autoiludindo, em um faz de conta por toda a vida.
Musicalmente, Nicky Holland
é responsável pelos lindos acordes usados na canção, enquanto Orzabal gravou um
belo solo de guitarra, comedido, mas de muito bom gosto.
Há uma citação à canção “The
Working Hour”, do álbum anterior da banda, quando a letra da canção afirma
“Working hour is over”. O cantor afirma que a longa estrada de recuperação
terminou e ficou no passado. Agora, devemos focar nossa atenção no presente,
para nos relacionarmos e interagirmos com o mundo, pois temos “todo o mundo nas
palmas de nossas mãos”.
Há também menções à Teoria
das Sombras, de Carl Jung, pois em várias passagens da letra, elas são
mencionadas, notadamente no trecho “somos apenas a minha sombra e eu, felizes
em nosso faz-de-conta”. É abordada a questão da ingenuidade feliz das pessoas
que interpretam papéis diferentes ao longo de suas vidas, não sendo elas
mesmas. Muitas vezes os papéis escolhidos são os de membros da família, o que
reforça ainda mais a importância de tal
instituição na vida de qualquer indivíduo.
Standing on the Corner of the Third World
Essa é uma das três faixas
na qual o grande baixista Pino Palladino toca seu inconfundível baixo fretless.
As outras são "Woman in Chains" e “Badman’s Song”. O som que ele tira de seu baixo complementa
perfeitamente a sofisticação e delicadeza da faixa. Segundo Orzabal, Curt
Smith, que é o baixista oficial do “Tears for Fears” não se importou em ceder
seu lugar para Palladino em ambas as canções, pois considerava que o estilo dele
se encaixaria em ambas as faixas nas quais tocou, sendo provavelmente capaz de
interpretá-las de forma melhor do que o próprio Smith. Desde a morte de John
Entwistle, baixista original do The Who, Pino Palladino tocou na maior parte
das apresentações ao vivo de tal banda, mostrando ainda mais a qualidade do seu
trabalho e virtuosismo musical. Além de Palladino, Oleta Adams também
participou desse tema, tocando piano na canção.
Orzabal afirmou que a letra
menciona como tentamos nos livrar de todo o entulho que emperra as nossas
vidas, o empurrando para baixo do tapete, para ao menos não o vermos. No
entanto, uma hora precisaremos levantar o tapete e lidarmos com tudo aquilo que
relegamos por tanto tempo, o que sempre é uma experiência dolorosa. O autor
compôs essa canção sobre como deixamos problemas não resolvidos para trás, além
de outros assuntos que gostaríamos que desaparecessem.
Curt Smith |
Ele usou o terceiro mundo
como uma metáfora, justamente por serem lugares de exploração para quais os
países de primeiro mundo enviam grande parte de seus problemas domésticos, como
lixo nuclear, produtos poluentes e toda sorte de coisas indesejáveis, que
querem ter bem longe deles. Também disse que o dito “mundo civilizado” tenta
resolver os problemas do terceiro mundo com soluções de primeiro mundo
Também é abordado o tema do
imperialismo, que podemos notar quando é mencionado na letra que “iremos encher
os sonhos deles com grandes carros velozes e pintaremos a cidade deles de
branco, a cor da nossa bandeira”.
Por outro lado, a canção
também aborda o conflito e os contrastes entre a sensação de segurança e os
riscos inerentes ao mundo e ameaças da vida. A canção começa com uma sensação
de segurança, após uma noite de sono muito bem dormida. Os pesadelos e
problemas parecem estar muito distantes, assim como o terceiro mundo. Desta
forma, o que não se vê, aparentemente não existe. No entanto, cedo ou tarde
teremos que lidar com tais problemas que relegamos ao esquecimento.
Podemos sentir uma forte
influência da obra do duo americano Steely Dan nessa canção. A parte na qual as
backing vocals cantam repetidamente “Of the Third World” é puro Steely Dan.
Além disso, a banda americana também tem uma canção com uma temática semelhante
à abordada pelo “Tears for Fears”, como podemos conferir na faixa “Third World
Man”, do álbum Gaucho.
É provável que essa seja a faixa
mais sofisticada do álbum.
Swords and Knives
Foi a primeira demo que
Roland Orzabal e Nicky Holland compuseram para o novo álbum. Inicialmente, a
canção começou como uma peça para piano com um motivo musical inspirado pelos
estilos de Eric Satie e Claude Debussy. Desde o início, Orzabal pensava que
deveria ser tema de um filme. Quando o “Tears for Fears” gravou a canção em
estúdio, ela tomou uma outra proporção, pois o produtor Chris Hughes sugeriu
que fosse inserida uma passagem instrumental de 64 compassos. Tal inserção
permitiu que seus compositores, Orzabal e Holland criassem uma incrível
paisagem sonora, literalmente uma viagem auditiva. Há passagens que lembram
Pink Floyd, enquanto outras remetem até mesmo a pulsação de um coração,
simulada pelo baixo de Curt Smith. Musicalmente, essa é uma das faixas mais
ricas e interessantes de todo o álbum, particularmente o trecho instrumental
sugerido por Hughes.
Nicky Holland |
Essa canção foi
originalmente composta para o filme “Sid e Nancy”, após Nicky Holland e Roland
Orzabal terem lido o livro “And I Don´t Want to Live This Life” de Debora
Spungen, mãe de Nancy Spungen, sobre o relacionamento entre o vocalista e
baixista do Sex Pistols, Sid Vicious e sua namorada Nancy Spungen, filha da
autora. Ambos tiveram mortes trágicas. Primeiro Nancy morreu esfaqueada, tendo
Sid sido preso por suspeita de assassinato. Depois, ao ser libertado da prisão
e saído em liberdade condicional, ele morreu de overdose de heroína. A faixa
acabou não sendo aceita pelos realizadores do filme, pois não era
suficientemente “punk”, o que é verdade. Na realidade, apenas o tema e
inspiração é que são referentes ao membro do Sex Pistols.
O tema principal da canção é
que algumas pessoas, infelizmente, nunca conseguem atingir o nível máximo de
consciência e, também como o uso de drogas pode levar à violência. A vida de
Nancy Spungen começou com agulhas e terminou com facas, como descrito na letra
da canção. O cantor nos alerta que o tempo e o amor não são suficientes para
curarmos nossas feridas interiores e alcançarmos a plena consciência.
Year of the Knife
Sem dúvida alguma, a faixa
mais agressiva e energética do álbum. Orzabal queria que a canção refletisse
exatamente como ele se sentia, mostrando algo real. Holland contou que a
Orzabal lhe apresentou um esboço da canção em sua residência, quando ela foi
encontrá-lo e, juntos, começaram a tocar a nova composição com o guitarrista
Neil Taylor, que criou uma importante base rítmica que acabou se tornando parte
da canção.
Mais uma vez, a Teoria das
Sombras de Carl Jung é abordada. Aqui, o personagem principal tem sua
personalidade dividida entre Dr. Jekyll e Mr. Hyde, citando o clássico da
literatura. A temática do Sol e Lua, espelhos, sonhos e vários outros elementos
abordados nas outras canções do álbum também são encontradas aqui nessa faixa
intensa e marcante.
A letra da canção começa
celebrando a morte do rei, ou seja, o ego. No entanto e, talvez por esse
motivo, antes de morrer, o rei conseguiu atingir o nível mais elevado de
consciência ao término de sua vida. Suas palavras finais vieram diretamente de
seu coração.
A guitarra de Robbie McIntosh
mais uma vez marca sua presença, com uma atuação brilhante, assim como a
bateria de Simon Philips, que fez parte durante muito tempo da formação ao vivo
do “The Who”. Ambos trouxeram muito peso à canção.
Famous Last Words
O tema canção final do álbum
é um cenário da última noite de um casal, pois sabem que o mundo está prestes a
acabar devido à queda iminente de uma bomba nuclear. Ela foi composta em 1986 e
inspirada pelo livro “The Fate of the Earth”, de Jonathan Schell. O casal da canção decidiu passar a sua derradeira
noite juntos, à luz de velas, ouvido as músicas da banda que os fazia chorar,
ao invés de entrarem em pânico e tentarem encontrar um abrigo nuclear. É uma
canção sobre a aceitação de nossa mortalidade e da impermanência da existência
humana.
Single "Famous Last Words" |
O arranjo criado por Orzabal
e Holland é belíssimo, com muitos instrumentos de cordas executados com bom
gosto e refinação. A melodia introdutória do piano é de autoria de Holland Musicalmente,
a canção tenta refletir aspectos da existência humana. Inicialmente os autores
pensaram em convidar o bluesman Tom Waits para cantar uma estrofe da música. O
contato chegou a ser feito, mas, ao saber que era para um álbum do “Tears for
Fears”, Waits se recusou a participar. Mais uma vez são usadas as imagens do
Sol e da Lua, para representar o universo masculino e o feminino.
A letra aborda como seria
essa última noite, na qual o casal literalmente derreteria nos braços um do
outro, mas partiriam felizes, rindo e cantando, quando a “luz lá do alto”
chegasse. Todo o amor e a dor acabariam. Contraditoriamente, com a explosão da
bomba, haveria o fim de todas as guerras. É uma canção muito poderosa,
especialmente no meio dela, quando a bomba parece cair e a bateria e o baixo
entram em cena.
Embora seja uma canção
triste e melancólica, ela é uma das mais belas e poéticas do álbum. Perfeita
para concluir aquele que, segundo Orzabal, talvez fosse o último da banda.
Chegou a ser considerado que deveriam nomear o álbum com o nome dessa canção,
mas acabou sendo escolhido o título final, “The Seeds of Love”, mais otimista e
positivo.
Assim se encerrou o maior
trabalho do “Tears for Fears”.
Várias outras faixas foram
gravadas nas sessões para “The Seeds of Love”, tendo sido várias delas
disponibilizadas em lados B dos singles lançados e outras compilações. No
entanto, apenas uma das canções adicionais mereceria realmente ter sido
incluída no álbum. Trata-se da faixa “The Rhythm of Life”, que foi gravada em
uma demo por Orzabal e, posteriormente, novamente registrada nas jam sessions
no Townhouse Studios, parcialmente disponibilizadas na edição Super Deluxe de
“The Seeds of Love”, lançada em 2020. Na versão original, Orzabal faz o vocal
principal. Como a faixa não foi incluída no lançamento original, ele a ofereceu
para Oleta Adams gravá-la em seu primeiro álbum solo, “Circle of One”,
produzido por Orzabal e o engenheiro de som David Bascombe. Nesta nova
gravação, Orzabal fez backing vocals e tocou guitarra. Sem dúvida, uma ótima
faixa que poderia ter feito parte do terceiro álbum do “Tears for Fears”.
O LEGADO DE “THE SEEDS OF LOVE”
O álbum foi um grande passo
no amadurecimento musical para o “Tears for Fears”. A dupla foi extremamente
bem sucedida na qualidade musical, poética e temática em todas as canções criadas,
ainda que elas lidem com temas profundos, difíceis e, em alguns momentos,
tristes, musicalmente é sempre uma experiência muito agradável ouvir toda a
coleção, da primeira a última. São todas obras belas, muito bem executadas e
produzidas por uma equipe de músicos e produtores de primeira linha. É um
trabalho bastante instigador, que leva o ouvinte a uma reflexão sobre a vida e
sua existência.
Após o seu lançamento, o
novo trabalho chegou aos primeiros lugares das paradas do mundo inteiro. Embora
tenha sido tão bem recebido, foi o último álbum que Roland Orzabal e Curt Smith
trabalharam juntos por um período de 15 anos. Smith havia avisado a Orzabal que
sairia do grupo após a tour promocional do álbum, o que foi o suficiente para
que o relacionamento entre eles rapidamente se deteriorasse. Além disso, Smith
estava insatisfeito pelo perfeccionismo exagerado de Orzabal, enquanto esse
estava infeliz com o estilo de vida de celebridade adotado por Smith após o seu
divórcio, que ocorreu durante a gravação de “The Seeds of Love”, fazendo com
que Smith ficasse ausente por grande parte do tempo das gravações, deixando
Orzabal como o condutor principal e compositor do novo trabalho. Para piorar
ainda mais a situação, o primeiro empresário da banda faliu, e o segundo também
(logo em seguida), gerando ainda mais tensão entre eles.
A banda embarcou em uma
longa tour promocional em 1990, que inclusive os trouxe ao Brasil pela primeira
vez, para shows em São Paulo e no Rio de Janeiro, no extinto “Hollywood Rock
Festival”. Foi montada uma banda de músicos brilhantes, entre eles, o
guitarrista Neil Taylor, o baterista Jim Copley e, claro, Oleta Adams nos
vocais e piano. Adams fez todas as apresentações da abertura da tour e, em
seguida, tocava como membro do “Tears for Fears”. Uma das noites foi filmada e
gravada em Santa Bárbara, nos EUA. Posteriormente foi lançado um DVD com tal
registro, intitulado “Going to California”. Nele, podemos presenciar o quão
majestoso foi o espetáculo criado pela banda para promover o novo álbum.
Realmente um dos mais emocionantes registros que eu já tive oportunidade de
assistir. Simplesmente imperdível.
DVD Going to California - Live from Santa Barbara |
O “Tears for Fears” fez sua
última aparição no festival “Silver Clef Awards”, no qual abriram um dia com outros
nomes de peso do rock, como Genesis, Paul McCartney e Pink Floyd. Após esse
show, Smith deixou a banda. Gravou um álbum solo, chamado “Soul on Board” e
depois formou outra dupla chamada “Mayfield”. Nenhum dos projetos foi bem
sucedido. Já Orzabal prosseguiu com o nome “Tears for Fears”, lançando dois
álbuns, o primeiro chamado “Elemental”, e o segundo “Raoul and the Kings of
Spain”. Embora ambos tenham sido ótimos trabalhos, tiveram um impacto e repercussão
moderados.
Apenas em 2000 os antigos
parceiros voltaram a se falar. Finalmente conseguiram abandonar as desavenças e
decidiram se reunir novamente, lançando um novo trabalho em 2004, intitulado
“Everybody Love a Happy Ending”. Desde então, vem excursionando pelo mundo
todo, fazendo apresentações com sucessos dos primeiros álbuns e do mais
recente, que é também de alta qualidade. Já estiveram várias vezes no Brasil,
onde sempre são muito bem recebidos, de forma muito carinhosa por seus fãs.
Definitivamente, como diz o
título do mais recente álbum da banda, todo mundo gosta de um final feliz.
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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
Peter Myers
Luander Barros
Publio Marcos
Mathew Alborn
Danny Cricks
BIBLIOGRAFIA
Tears for Fears – The Seeds of Love, por Adrian
Thrills
Wikipedia
Songfacts.com
In Their Own Words: Tears for Fears on the story of
The Seeds of Love, por Paul Sinclair – superdeluxeedition.com
The Working Hour: A rhetorical analysis of the lyrics
of Tears for Fears, por Jennifer Anne Gross-Mejía - California State
University, San Bernardino
PLAYLIST NO SPOTIFY
https://open.spotify.com/playlist/092VpQGObRLrgiXiOM3cun?si=fjwFw0FLROCDZW4YsUoVVw
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https://01www.youtube.com/watch?v=O5-c79LQ3aM
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https://www.youtube.com/watch?v=vBtzFOgKcv8
https://www.youtube.com/watch?v=TkeMhimUANw
https://www.youtube.com/watch?v=DQQpCrGaknM
https://www.youtube.com/watch?v=1UcE36uNvoA
https://www.youtube.com/watch?v=sgmlKt5Q0fs
https://www.youtube.com/watch?v=2-Eefg2N9hI&list=PLYJTFe-Yff_JTX4V70ftXSNt-cBgZNw7K
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
CHARLIE CHAPLIN
Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha. É porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa, pois nos deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso.
- Charlie Chaplin