PARTE 2
DIA 3
Comecei o dia visitando o Templete,
que é um pequeno templo, como já indica o próprio nome, que marca o local onde
foi realizada a primeira missa em Havana, em 1519. Está bem preservado e é
bonito.
El Templete |
Em seguida, fui ao Palacio de los
Capitanes Generales, que era a antiga sede do governo espanhol. Atualmente é a
sede do Museu da Cidade de Havana. Também
é um local muito belo e bem preservado. Um dos mais interessantes que
visitei durante em toda minha estadia em Cuba. Possui um belo pátio interno com
muita vegetação e flores, além de algumas estátuas de antigos “Capitanes
Generales”. Todo o prédio apresenta lindos arcos em sua parte
interna.
Palacio de los Capitanes Generales |
Logo após o término dessa visita,
continuei meu passeio pelo Castillo de la Real Fuerza. Trata-se de um
verdadeiro castelo, com todas suas características marcantes, um lugar
realmente fantástico. Ele foi feito todo de pedra e é o mais antigo de todas as
Américas. Sua finalidade era a de combater os ataques de piratas a Havana.
Dentro dele podemos ver muitas peças interessantes, entre elas, um baú da época
repleto de moedas de prata do período do domínio espanhol em Cuba.
Castillo de la Real Fuerza |
Baú com moedas de prata |
Já na hora
do almoço, fui à Bodeguita del Medio, talvez o restaurante mais famoso de
Havana. O local é repleto de fotos nas paredes de todas as celebridades que já
estiveram lá, entre presidentes, cantores, atores, esportistas renomados,
enfim, muita gente conhecida internacionalmente que, ao visitar o país, sempre
aparece por lá para um almoço
típico cubano. No meu caso, eu acabei comendo mesmo um contra filé com arroz
e feijão preto.
La Bodeguita del Medio |
No período da tarde pude conhecer o
renomado Hotel Nacional, o mais famoso do país. Ele é uma espécie de “Copacabana
Palace” de Cuba, com estilo arquitetônico bastante marcante, com amplos pátios
internos, piscinas, lojas de conveniência, bares e tudo mais. A vista dele
também é
excelente, pois ele se situa no topo de uma pequena elevação, o que lhe
propicia uma visão privilegiada da costa de Havana. Bebi um Mojito lá no bar,
olhando a vastidão do mar azul caribenho.
Hotel Nacional |
La Floridita |
A próxima parada foi o renomado bar
La Floridita, no qual o drink Daiquiri foi inventado por ninguém menos do que
Ernest Hemingway, o lendário prêmio Nobel de Literatura americano, que passou longos
anos em Cuba e era amigo pessoal de Fidel Castro. Conta a lenda que o próprio
Hemingway indicou ao barman quais os ingredientes que ele queria que fossem
misturados para seu consumo próprio, o que acabou levando à criação de um novo
drink, batizado de Daiquiri. Dentro do bar há uma estátua de bronze em tamanho
natural do famoso escritor, sentado em uma das banquetas, pois ele era um
frequentador assíduo do La Floridita. Tive a sorte também de assistir a uma
bela apresentação musical ao vivo no bar, com músicos muito talentosos.
Estátua de Hemingway |
Para finalizar um longo dia de
passeios, jantei no hotel Meliá Havana, no restaurante La Scala. O prato foi
uma Lasanha à Bolonhesa.
DIA 4
Já estava
na metade da minha estadia em Cuba nesse dia, no qual iniciei minhas atividades
tomando o café da manhã no Hotel Meliá Habana. Na sequência, fiz uma das
visitas mais interessantes de toda a viagem: fui ao antigo Palácio
Presidencial de Cuba que, após a Revolução Socialista, foi transformado em Museu da
Revolução. Logo na entrada do museu, na escadaria principal, pude ver o busto
do poeta José Martí e, logo ao lado, inúmeras marcas de tiros e balas
cravejadas no mármore da parede, mantidos até hoje, para lembrar como foi a
invasão desse prédio pelos revolucionários em 1957, quando houve um combate
feroz e intenso.
Museu da Revolução |
Marcas de tiroteio |
Pude também visitar o antigo
gabinete presidencial, de onde governaram Cuba todos seus presidentes, até
Fulgêncio Batista, deposto por Fidel Castro quando esse chegou ao poder. Vi
também vários
cartazes antiamericanos, ridicularizando os EUA e seus presidentes, como George
Bush e Ronald Reagan.
Sátira à Ronald Reagan |
É possível
também vermos destroços de um avião americano abatido pelas forças cubanas, que
é exibido como um grande troféu,
além de foguetes e mísseis soviéticos,
lanchas e jipes de ataque usados pelas forças cubanas, aviões e, dentro de uma
espécie de aquário gigante, a peça mais
venerada pelo governo cubano: a lancha original denominada Granma, na qual
Fidel Castro e seu grupo viajou do México até o desembarque em Cuba, dando
início à Revolução Socialista que teve sucesso em tomar o poder no país.
Há vários guardas de
sentinela no local, protegendo tal peça que é
considerada um símbolo nacional. Em alguns lugares eu tentei fazer fotos, mas
fui proibido pelos soldados cubanos. Em outros, tive sucesso e consegui fazer
muitos registros fotográficos.
Avião Americano abatido |
Barco Granma |
Parei no Hotel NH para tomar uma
Coca Cola, pois o calor era muito intenso. Depois da pausa, visitei o Capitólio,
um lindo prédio inspirado no Capitólio em Washington. Esse era o antigo local
de trabalho dos deputados e senadores cubanos. Um prédio muito imponente e bem
conservado.
Capitólio |
Prossegui a caminhada para o bairro
chinês, China Town, no qual vi uma grande quantidade de lojas comerciais muito
populares. Muitas delas não tinham sequer algum artigo à venda, apenas
funcionários sentados sem fazer nada, já que todos no país são funcionários
públicos e recebem seus míseros salários do governo, tendo alguma
atividade a ser feita ou não. Foi muito triste ver a condição precaríssima do
comércio e de seus funcionários. Nunca havia visto nada sequer parecido no
Brasil, nem nos lugares mais pobres de nosso país. Alguns lugares foram tão
deprimentes que eu nem tive coragem de registrar em fotos, como um açougue que
vendia carne da pior qualidade possível, sem qualquer tipo de refrigeração, com
milhares de moscas pousadas sobre as peças, sem qualquer tipo de higiene. Uma
coisa realmente horrorosa.
China Town |
Almocei no Hotel NH, onde comi um
misto quente e bebi novamente a famosa Tukola, o refrigerante nacional cubano.
Conheci a Ciudad Libertad, onde
morou o ditador Fulgêncio Batista após o atentado que sofreu por parte dos
revolucionários. Trata-se de uma antiga base militar, na qual ele passou a ser
protegido constantemente por forças militares de sua confiança até sua
queda. Vi vários meninos uniformizados jogando baseball nos campos dentro dessa
base militar.
Ciudad Libertad |
Passei depois pela Marina Hemingway,
batizada em homenagem ao grande escritor, que era um amante de Cuba.
Marina Hemingway |
Já ao
final da tarde, fui de carro até a Escola Latino Americana de Medicina,
conhecida por ELAM, nos arredores de Havana. Não a conheci por dentro, mas a
impressão que tive do prédio, ao visitá-lo de fora, foi a pior possível.
Parecia um imenso presídio, no qual são formados os “médicos” cubanos,
que foram enviados à vários
países do mundo, com a finalidade de arrecadar recursos para manter a ditadura
cubana viva até hoje.
Escola Latino Americana de Medicina |
Antes de regressar à capital, fui
também ao infame porto de Mariel, que foi dado a Cuba pelo governo brasileiro,
durante seu período de grande proximidade com Fidel Castro. Não o visitei por
dentro, apenas por fora, pois o local não
é aberto a turistas. Fiquei muito revoltado ao ver que uma enorme quantia
de recursos obtidos de nossos impostos foi desviado para construir um porto
novo em uma ditadura caribenha, enquanto tantos portos do Brasil se encontram
em situação precária de funcionamento, com necessidade urgente de renovação e
modernização. Uma verdadeira afronta ao povo brasileiro e a seus contribuintes.
Tais recursos brasileiros jamais serão recuperados, e podem ser considerados
investimento a fundo perdido. Uma vergonha.
Porto de Mariel |
Ao regressar a Havana, caminhei pelo
Malecón, a famosa avenida beira mar que contorna grande parte da costa da
cidade e onde, no período pré-revolução socialista, havia os melhores hotéis, prédios e
residências. Hoje em dia, estão todos abandonados, literalmente caindo aos
pedaços, em péssimo estado, sem nenhuma pintura ou manutenção. A vista do mar é
linda, mas se olharmos para o lado oposto, a visão que temos é de um pesadelo,
um monte de escombros que está prestes a desmoronar a qualquer instante.
Malecón |
Assisti ao famoso espetáculo do
Tropicana, um antigo cabaré criado nos anos 40/50 pelos mafiosos americanos que
o usavam para lavagem de dinheiro, complôs, e outras atividades não menos
ilícitas. O show em si foi muito bonito, com uma bela atuação de músicos e
dançarinos. Como era de se esperar, a plateia era composta basicamente de
turistas estrangeiros. Acho que os únicos cubanos ali eram os garçons e os
artistas no palco.
Para finalizar, comi uma pizza de
presunto e queijo novamente no Hotel Habana Libre, uma das poucas opções
disponíveis para jantar na cidade devido ao horário de término do espetáculo no
Tropicana.